O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) argumentou hoje que as urgências do hospital de Portalegre têm um “desastre à vista”, por as escalas dos médicos estarem alegadamente “sempre abaixo dos mínimos técnicos recomendados”.
Em comunicado enviado à agência Lusa, intitulado “Urgência do Hospital de Portalegre com desastre à vista”, o SIM diz ter tido conhecimento de que a situação no Serviço de Urgência do Hospital Dr. José Maria Grande, integrado na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), “continua a degradar-se”.
“As escalas dos médicos de urgência estão sempre abaixo dos mínimos técnicos recomendados e repetidamente estão médicos a realizarem turnos [de] 48 horas (e por vezes de 60 horas) ininterruptas, muito acima do que é legal”, denuncia o sindicato.
De acordo com o SIM, esta situação poderá potenciar “o erro médico” e colocar “em perigo a segurança dos profissionais e dos doentes”.
No mesmo comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos afirma que já alertou inclusive a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para esta situação.
“Lamentavelmente, o pedido repetidamente formulado à IGAS para que estas escalas de urgência sejam alvo de investigação fica sem resposta”, pode ler-se no documento.
O mesmo sindicato acrescenta que tem “inclusivamente alertado para o perigo de, mantendo-se esta situação, haver perda de idoneidade de alguns serviços”.
“E é sabido como a formação de médicos internos é vital para a instituição e a prestação de cuidados de saúde”, acrescenta.
Ao longo dos “últimos anos”, o SIM tem “repetidamente alertado” o Ministério da Saúde para a “situação difícil” que vive a ULSNA, que gere o hospital de Portalegre, “avisando sobre a falta de condições de segurança e de trabalho” dos médicos.
Está também em causa naquela unidade hospitalar “a falta de políticas para a captação” de médicos para a região, bem como de “incentivos” para que os médicos que já se encontram na região não a abandonem.
“O silêncio, quer do poder central quer do conselho de administração [da ULSNA], é sintoma da falta de interesse pela resolução dos problemas e pela saúde da população alentejana”, critica, no comunicado.
A Lusa contactou o conselho de administração da ULSNA para obter uma reação, mas a mesma escusou-se a reagir.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Destaque Principal

Veja também

VEJA AQUI OS HORÁRIOS NO ALENTEJO! Força Aérea sobrevoa céus de Portugal Continental com votos de Feliz Ano Novo

Os aviões de caça F-16 vão sobrevoar todo o País, de Norte a Sul, “num dia de particular s…