A Ordem dos Médicos (OM) defendeu hoje que o novo Hospital Central do Alentejo, que está em construção em Évora, representa “uma oportunidade para reorganizar” a medicina e a prestação de cuidados à população da região.
“O novo hospital é um marco para a região e uma oportunidade para reorganizar a forma como se organiza a medicina e os cuidados à população”, afirmou à agência Lusa o presidente do Conselho Regional do Sul da OM, Alexandre Valentim Lourenço.
Segundo o responsável, o atual modelo de cuidados de saúde “está esgotado e já não consegue responder às necessidades da população”, pois “foi construído em 1970”, ou seja, “há mais de 50 anos”.
“A população é mais idosa, temos outras necessidades, as pessoas vivem mais tempo e têm outras doenças”, salientou, apontando que “é preciso devolver autonomia e as decisões para o nível local”.
Nesse sentido, argumentou o presidente do Conselho Regional do Sul da OM, as instituições do setor da saúde “têm que se reorganizar, com princípios básicos e formas de financiamento semelhantes, para as necessidades de cada população”.
“Não podemos estar em Lisboa, centralizadamente, a definir uma coisa que é igual para todo o país”, porque “a maneira como se tratam os doentes em Évora é diferente da maneira como se tratam em Matosinhos ou em Angra do Heroísmo”, sublinhou.
Alexandre Valentim Lourenço falava à margem de uma visita à Unidade de Saúde Familiar (USF) Salus, em Évora, depois de ter passado pelos hospitais de Portalegre e de Elvas, da parte da manhã, e pelo de Évora, durante a tarde.
O também médico indicou que este périplo pelo Alentejo, que só termina na terça-feira com visitas a unidades de saúde em Beja e Santiago do Cacém, visa avaliar o setor na região e recolher junto dos clínicos contributos para os problemas.
Considerando que o atual edifício do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) “está muito velho”, o responsável lembrou que a unidade “está separada por uma estrada nacional” e “é complexo fazer obras” para a melhorar, além de sair “mais caro”.
O novo hospital “deve ser pensado para a medicina [que se fizer] daqui a 20 anos e não para a que se fez há 20 anos”, insistiu.
Questionado pela Lusa sobre se a nova unidade hospitalar vai conseguir fixar médicos, Alexandre Valentim Lourenço realçou que “o novo hospital é apenas um instrumento” e que são “precisos mais” para se alcançar esse objetivo.
“Precisamos de ter carreiras diferentes e projetos porque não são só as paredes que fazem um hospital, mas sim as equipas de profissionais e uma cultura hospitalar de hospital central, que não existe de momento”, defendeu.
O projeto do novo hospital envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros, já que, aos cerca de 180 milhões da construção, se juntam perto de mais 30 milhões para equipamentos.
A futura unidade hospitalar, a situar na periferia da cidade de Évora, vai ocupar uma área de 1,9 hectares e ter uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.
Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
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