Os dias têm acordado cinzentos, as ruas estão silenciosas, e as noites chegam introspectivas.
Os dias têm acordado cinzentos, as ruas estão silenciosas, e as noites chegam introspectivas.
Nas últimas semanas, as salas de cinemas têm-se enchido com todos aqueles que ficaram aprisionados no reino de Oz e expectantes, durante 1 ano, com a conclusão da saga Wicked. Friso, desde já, que este artigo não terá como objetivo apresentar uma crítica ao filme, mas creio que é importante, numa primeira instância, dar ao leitor um contexto da narrativa.
Passado o rescaldo destas eleições autárquicas, resta-nos apenas assumir os resultados e reconhecer o prenúncio que, já antes do ato eleitoral, era garantido. Em Crónica de uma morte anunciada, de García Márquez, todos sabiam que Santiago Nasar ia morrer naquela madrugada. Neste caso, antes do dia 12 de outubro, estava já anunciada a morte da autarquia, assim como da cidade de Elvas e de todos os elvenses.
Há um momento curioso na viagem do autocarro 744, em Lisboa.
“Não se fala do elefante no meio da sala”. Confesso que, em criança, tinha dificuldade em compreender o significado e o sentido de dita expressão. “Que elefante? De que cor? Em que sala? Na minha?”, perguntava o pequeno Pedro quando ouvia ou lia esta suposta constatação. Com o passar do tempo, esta metáfora começou a fazer cada vez mais sentido, principalmente no que toca à política.
Mais desolador que ver a forma como as chamas consomem a matéria e deixam um rasto de destruição de forma ágil, só mesmo a celeridade com que a ignorância sai de casa e invade o mundo (digital). E não, não será um artigo sobre o cenário devastador a que temos assistido devido aos incêndios. Mas poderia ser. Não é mais uma crítica ao governo e à forma precária e negligente como têm gerido a situação. Mas poderia ser.
Já em 1974, Sérgio Godinho cantava “A paz, o pão, habitação, saúde, educação”, e este verso leva-nos a pensar e repensar o estado da sociedade nos dias de hoje.
Se no ano passado escrevia sobre a implementação de uma nova disciplina no plano curricular e parabenizava a iniciativa por incluir novos temas e necessários, este ano compete-me expressar a minha mais sentida indignação face às reformas que o governo apresentou na pasta da Educação, Ciência e Inovação.
Imigração tem sido um dos temas mais debatidos nos últimos tempos, seja por aqueles que exigem um travão no fluxo migratório e controlo das fronteiras, seja por aqueles que exigem melhores condições de vida para aqueles que vêm para o nosso país à procura das mesmas.
Num país onde falta tudo, menos retórica política, existe um património invisível que jaz em silêncio