A produção de castanha em Marvão volta este ano a descer, com produtores a queixarem-se de quebras entre os 20 e 50%, devido ao tempo quente e seco verificado no Alentejo, apesar das recentes chuvadas.
Em declarações à agência Lusa, o produtor José Mário explicou que a produção “está com problemas” e “já não há um ano” em que a mesma corra de forma positiva, devido “às temperaturas muito altas” que se verificam na região, devido à seca.
“Além de haver uma quebra de quase 50% na produção, apareceu um fungo que nós não conseguimos detectar. A castanha vê-se assim toda bonita, mas depois, lá por dentro, tem uma mancha escura, provocada pelas altas temperaturas”, explicou.
O produtor assinalou ainda que o calibre da primeira variedade que foi recolhida, a espécie Bária, “não é muito mau, é bom”, mas o mesmo não acontece com o da espécie Clarinha, que “é muito baixo”.
Em 2022, ano marcado também por quebras na produção, recordou José Mário, os produtores da região estavam a vender as castanhas “na casa dos 1,50 euros” e, este ano, está a ser comercializada a partir de “1,75 euros”.
Na zona de Marvão, com um microclima considerado único, proporcionado pela Serra de São Mamede, predominam nos campos as espécies Bária e Clarinha.
Este microclima, propício à produção de castanha, já levou a que as entidades que tutelam o sector considerassem a castanha de Marvão como de Origem Protegida.
Um outro produtor local, Joaquim Bonacho, referiu igualmente à Lusa ter, este ano, “menos castanha e com menos qualidade”.
“Estas ondas de calor deram uma grande pancada na produção”, lamentou, estimando uma quebra que ronda os “20%”.
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Lusa