Um grupo de moradores de Évora está contra “o corte abrupto” de uma estrada, devido às obras de construção do troço junto à cidade da nova linha ferroviária Sines/Caia, e exige uma “alternativa viável” para poder circular.
A posição consta de uma carta aberta, a que a agência Lusa teve hoje acesso, subscrita por mais de 50 moradores e enviada ao presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, aos deputados da assembleia municipal e ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Na carta, os habitantes dos bairros da Caeira e de Santa Luzia e da Quinta do Esquinaleiro dizem ter sido “surpreendidos com o corte abrupto” da via, a qual fazia a ligação entre a estrada dos Aliados e a Quinta da Caeira.
Os moradores, pode ler-se no documento, receberam “uma simples informação produzida e divulgada pela câmara na véspera” da interdição e pedem que se encontre, “no imediato, uma alternativa viável para a circulação”.
A primeira signatária da carta, Maria Antónia Pereira, indicou à Lusa que a informação do município, “datada de dia 12 de novembro”, foi recebida “no dia 13” e que o troço foi cortado no dia seguinte.
As obras “têm de ser feitas e tudo isso é aceitável. O que não é aceitável é a forma como organizaram as coisas”, porque, agora, “somos forçados a circular por um caminho de terra, cheio de pedras, buracos e não temos alternativa”, criticou.
“O que estava programado era arranjarem primeiro este caminho, mas não, fecharam o outro e estamos a circular nas piores condições”, acrescentou Maria Antónia Pereira.
Para os moradores, o que está em causa é, sobretudo, “a falta de visão dos governantes”, por não aproveitarem “uma oportunidade única para criar as infraestruturas necessárias” nesta zona.
Contactado hoje pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, admitiu que “os moradores têm alguma razão” e defendeu que “deveria ter havido por parte da Infraestruturas de Portugal (IP) uma informação cabal e atempada” sobre a intervenção.
No entanto, rejeitou que a obra no troço Évora/Évora Norte da nova linha ferroviária pudesse ser aproveitada para dotar aquela zona, “de cariz essencialmente rural”, das infraestruturas reclamadas pelos moradores.
“Uma coisa é a obra da linha ferroviária e nós tivemo-la em conta para futuras intervenções do município ao nível de várias infraestruturas”, afirmou
Os subscritores da carta solicitam “um plano de desenvolvimento da zona de intervenção da obra, urgente”, para compensar “aqueles que vão suportar os custos” da intervenção.
Este plano, advertem, deve incluir a criação de acessos à cidade na estrada dos Aliados, até ao bairro da Caeira, para permitir a circulação de “peões e dois carros em simultâneo”.
A construção de saneamento básico, iluminação pública do percurso, uma passagem elevada sobre a linha do comboio, um parque de estacionamento e apoios à realização de obras de insonorização das habitações são outras das reivindicações.
O autarca de Évora referiu que existem “negociações com as associações de moradores” daquela zona do concelho para a criação de algumas infraestruturas e que até há “um acordo com a associação de moradores da Caeira para resolver o problema do abastecimento de água”.
Mas “não se justifica” a câmara fazer outras infraestruturas, como “a repavimentação de alguns acessos, exatamente por causa da obra”, frisou o autarca.
O município já transmitiu à IP a sua posição “sobre a questão dos atravessamentos e as preocupações com os acessos” a várias zonas da cidade e a empresa “ficou de encontrar soluções em diálogo com a câmara”, realçou Pinto de Sá.
Numa resposta à carta aberta enviada pelos moradores, à qual a Lusa teve também acesso, a IP rejeitou responsabilidades no caso da via de acesso, afirmando que, “quanto à estrada asfaltada e cheia de buracos”, não identificou “qualquer patologia que não seja anterior à consignação da obra”.
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