“A temporada ficou marcada pelos impactos do Covid 19, com uma grande
redução de espectáculos mas por uma forte afluência de público e pela união do setor para de adaptar à pandemia”.

Terminada a temporada tauromáquica a 1 de Novembro, a ProToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia, representante oficial do sector, considera que “o balanço da temporada tauromáquica de 2020 foi
positivo e demonstrou a grande vitalidade deste importante sector cultural. Um dos poucos que mostrou conseguir sobreviver apenas graças ao público e sem o apoio de dinheiros públicos.
De referir que a temporada começou normalmente a 1 de fevereiro em Mourão, como é habitual, mas 2020 revelou-se um ano totalmente anormal, devido à pandemia do Covid 19. O setor da cultura foi um dos mais afectados tendo, no caso da tauromaquia, levado a que se realizassem 48 espectáculos quando em 2019 se realizaram 207. Estes números vêm interromper a tendência de crescimento do setor nos últimos 3 anos, que obteve 469 mil espectadores em Touradas no ano de 2019.
A retoma dos espectáculos deu-se na segunda metade de Julho, em
Estremoz, depois de uma luta intensa e tenaz de todo o setor por um
tratamento igualitário e para a definição das regras de funcionamento dos
espectáculos tauromáquicos, por parte do Ministério da Cultura e da DGS,
que teve como momento decisivo a ação de protesto com toureiros e
forcados acorrentados na porta do Campo Pequeno, a 1 de Junho, seguida
de manifestação de profissionais de todo o setor. É importante ainda frisar que o setor conseguiu organizar-se e construir uma temporada nas principais praças de toiros do país – por exemplo o Campo Pequeno, Alcochete, Moita, Coruche, Vila Franca, Santarém, Évora ou Figueira da Foz – num exemplo de resiliência notável, sendo um dos poucos setores culturais que funcionou com a normalidade possível entre os meses de Julho e Outubro.
Segundo Ricardo Levesinho, Presidente da Associação Portuguesa de
Empresários Tauromáquicos “Foi um ano caracterizado pela limitação de
espetáculos e pela limitação abrupta da lotação máxima de cada Praça de
Toiros. Foi marcada, também, pela afluência extraordinária por parte dos
aficionados e do público em geral, o que demonstra um grande respeito por todos os intervenientes que contribuem para que a Tauromaquia seja um espetáculo admirado pela maioria dos Portugueses. Entendemos que em termos económicos foi um ano negativo, assim como para tantos outros setores culturais e empresariais afetados pela pandemia. Estamos satisfeitos por conseguirmos realizar os espetáculos seguindo rigorosamente as normas definidas com a DGS e IGAC, sendo que a aplicação de uma nova taxa de IVA de 23% a estes espectáculos é absurda e ilegal, pelo que estamos a trabalhar para que seja reposta nos 6%. Só um governo desumano poderá atacar os cidadãos desta área cultural num momento tão grave como o actual. Mantemos-nos convictos e esperançosos que em breve podemos todos voltar à normalidade, para continuarmos a trabalhar em prol da cultura portuguesa e para proporcionar aos aficionados excelentes momentos deste magnifico espetáculo cultural.”
Para Nuno Pardal, Presidente da Associação Nacional de Toureiros, “foi
com muita dedicação e esforço que, conjuntamente com as outras associações do setor, nos batemos para que a realização de espetáculos tauromáquicos fossem uma realidade. Também os Toureiros tiveram um papel fundamental para viabilizar esta temporada, actuando muito abaixo dos seus cachets habituais e até mesmo, em algumas ocasiões, graciosamente. À semelhança das outras expressões culturais, os artista tauromáquicos passam por um momento complicado a que o Ministério da Cultura não pode fechar os olhos.
Acreditamos que tudo fizemos para minorar o impacto e esperamos que a
próxima temporada seja já de alguma normalidade.”
Nas palavras de João Caldeira, vice-presidente da Associação Nacional de
Grupos de Forcados: “Os Grupos de Forcados em geral e a todos os forcados
em particular, mostraram o que é União quando a situação assim o exige. A troco de defenderem aquilo que gostam, de defenderem as suas raízes, sem
quaisquer outros interesses que não seja pegar toiros mostrando a sua arte e valentia. Mobilizaram-se, esquecendo rivalidades antigas, exigindo que a
tauromaquia não seja discriminada, pois ela é parte integrante da nossa cultura.
Um grande bem haja a todos eles por toda a dedicação à arte de pegar toiros e à figura do Forcado Amador.”
Segundo o Presidente da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de
Lide, João Santos Andrade, “com a diminuição de espectáculos as ganadarias debatem-se agora com o excesso de produção sendo obrigadas a enviar os seus animais para o matadouro sem serem lidados, o que impede o apuramento da bravura da raça e gera uma elevada perda económica. Esperamos no próximo ano conseguir uma temporada o mais normal possível, para evitarmos a diminuição do efetivo desta raça autóctone, pois a criação do toiro de lide revaloriza os recursos naturais fazendo um aproveitamento racional dos mesmos, mantendo o ecossistema e contribuindo para o equilíbrio do meio ambiente, promovendo a biodiversidade de 70 mil hectares, sobretudo de montado e lezíria. Também estes ecossistemas podem ser afectados com a redução de toiros bravos no campo.”
Para Luís Capucha, Presidente da Associação de Tertúlias Tauromáquicas
de Portugal, “a temporada de 2020 será recordada pelo apego dos aficionados à Festa, que permitiu que se realizassem dezenas de corridas de toiros. Pela civilidade inigualável demonstrada pelos aficionados nas praças de toiros. Pela determinação em amar o seu ser, sem ceder ante os ataques cobardes e ignominiosos a coberto da Covid. Pela rejeição do medo e pela afirmação da responsabilidade e da esperança de que juntos vamos vencer todos os inimigos
”, remata o comunicado da Protoiro.

Foto-Frederico-Henriques – Pega-Forcados-Vila-franca-de-xira

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