Está a decorrer no Pavilhão da Expoeste nas Caldas da Rainha, desde quarta-feira, 23 de Abril, e até este domingo, dia 27, o 21.° Campeonato Mundial de Kempo IKF, uma organização da Federação Portuguesa de Lohan Tao Kempo.

Maria Fortunato Carvalho, natural de Tolosa, concelho de Nisa, é uma das grandes estrelas do evento.

Filha de Ana Fortunato e Henrique Carvalho, proprietários dos premiados e muito apreciados Queijos Fortunato, Maria explicou à Fight News que “o maior desafio tem sido superar-me a mim própria”.

Atleta universitária e campeã de Kempo, preparou-se afincadamente para o Campeonato Mundial, sempre com “orgulho de representar Portugal e a paixão que a move todos os dias”.

Maria Carvalho, atleta destacada da Seleção Nacional de Kempo, divide-se entre os estudos universitários no ISCTE, os treinos em Lisboa e o alto rendimento nas Caldas da Rainha.

No Campeonato Mundial de Kempo, volta a vestir as cores de Portugal e referiu como se preparou para este desafio internacional de Kempo.

“Sendo eu uma aluna universitária deslocada, quando terminei o 12.º ano e ingressei no ISCTE, para o meu primeiro ano de licenciatura, muita coisa mudou: a habitação, os estudos, o meu dia a dia. Mas o que realmente me deixava inquieta eram as possíveis mudanças que o meu ritmo desportivo poderia sofrer”, explica Maria.

No entanto, a jovem campeã nunca deixou que isso a impedisse de continuar a treinar afincadamente dia após dia, tanto em termos técnicos como na sua complementação no ginásio.

Além dos treinos que realiza diariamente em Lisboa, continuou sempre a a ir uma vez por semana aos treinos de alto rendimento nas Caldas da Rainha, dados pelo professor Bruno Rebelo, que nunca deixou de a “apoiar ao longo de toda esta mudança — e não só — na sede do meu atual clube, o AKCR”.

A preparação para um campeonato com tal dimensão e importância exige um foco extraordinário: “Tenho vindo a abdicar de certos momentos lúdicos, por exemplo. Mas não me deixa triste abdicar deles, porque a minha prioridade é o meu desporto e ter a certeza de que trabalho de forma a não deixar dúvidas, a dar sempre o meu melhor”.

A jovem tolosense realça que os principais objetivos nesta competição são “bastante simples”.

Ou seja, “fazer aquilo para o qual trabalhei, não deixar dúvidas e a cereja no topo do bolo”, que foi novamente alcançada, “a medalha, não só para mim, mas para o meu país”.

Maria Fortunato Carvalho esclarece que o maior desafio é a sua própria superação: “Ou seja, reconhecer os erros que ainda há por corrigir, corrigi-los e ultrapassar aqueles que achava que eram os meus limites. No fundo, a cada dia que passa, quero estar progressiva e continuamente melhor do que no dia anterior. Que o meu eu de amanhã seja sempre melhor do que o meu eu de hoje”.

Representar Portugal num acontecimento desta dimensão é, para a atleta, “um orgulho enorme, sem dúvida.
Sinto uma felicidade imensa por poder representar o meu país, vestir as suas cores e, acima de tudo, honrá-lo”.

No Mundial do ano passado, na Turquia, e tal como também este fim-de-semana nas Caldas da Rainha, “o mais gratificante é subir ao pódio com a bandeira do meu país às costas e sentir que cumpri com a minha missão”.

Voltando atrás no tempo, Maria Carvalho recorda que começou o seu percurso nas artes marciais pelo Karaté, com apenas 8 anos. No entanto, com o aumento da paixão pelo que fazia e por verem nela uma possibilidade de expansão em termos competitivos, ingressou no mundo do Kempo.

“Ao terminar a minha primeira competição, soube que era aquilo. Era aquilo que me preenchia, não só enquanto atleta, mas também enquanto pessoa. Era o que me deixava completa e feliz.
Ao longo dos anos fui aprendendo cada vez mais sobre o Kempo, o que fez com que a minha paixão e devoção por este desporto aumentassem continuamente”, reflecte.

“O Kempo fez-me crescer enquanto atleta, mas, sem dúvida, também enquanto pessoa.
Tornou-me mais resiliente, humilde, confiante e numa melhor desportista”.

Para o futuro, Maria quer “continuar a evoluir enquanto atleta, representar Portugal por muitos mais anos e provas.
Acima de tudo, continuar a conseguir depositar o meu máximo naquilo que eu mais gosto.
Continuar a lutar para melhorar todos os dias, e continuar a deixar-me tanto a mim, como ao meu país, e a todos aqueles que fazem — e já fizeram — parte do meu percurso, orgulhosos”.

Fotos: DR

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