O inspector-chefe da Polícia Judiciária (PJ) acusado de agredir um colega, em Évora, vai começar a ser julgado no dia 10 de Outubro deste ano, no tribunal da cidade, revelaram fontes judiciais.
As mesmas fontes indicaram à agência Lusa que o início do julgamento está marcado para as 9,30h do dia 10 de Outubro e que estão marcadas novas sessões para os dias 24 do mesmo mês e 7 de Novembro.
Segundo o despacho de pronúncia, a que a Lusa teve acesso, o inspector da PJ Paulo Ferrinho, que era responsável pela Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora desta polícia, está acusado da autoria de três crimes.
Paulo Ferrinho está acusado de um crime de ofensa à integridade física qualificada, um crime de abuso de poder e um crime de denúncia caluniosa, pode ler-se no documento datado de 13 de Fevereiro deste ano.
Já os quatro crimes de coacção agravada na forma tentada (alegadamente perpetrados sobre vários inspectores da ULIC de Évora) de que também estava acusado pelo Ministério Público (MP) ficaram sem efeito.
De acordo com o despacho de pronúncia, o juiz de instrução Marcos Ramos declarou parcialmente nula a acusação do MP, por considerar que, em relação aos crimes de coacção agravada na forma tentada, os factos não estavam suficientemente indiciados.
O crime de ofensa à integridade física qualificada está relacionado com as alegadas agressões ao também inspector da PJ Jorge Lentilhas, no dia 11 de Fevereiro do ano passado, em Évora.
As alegadas agressões, é referido no despacho de pronúncia, aconteceram nas instalações da PJ, quando Paulo Ferrinho chamou para um gabinete o inspector Jorge Lentilhas, após ficar indignado com um comentário.
No interior do gabinete e com a porta fechada, o então responsável da ULIC de Évora da PJ terá agredido o inspector Jorge Lentilhas, tendo as agressões cessado com a intervenção de outros dois elementos desta polícia, pode ler-se no documento.
O crime de abuso de poder de que está acusado refere-se ao pedido que terá feito aos funcionários da ULIC de Évora, através de correio electrónico, para que reportassem, por escrito, alegados comportamentos impróprios de Jorge Lentilhas, sob pena de, se não o fizessem, ser aberto procedimento disciplinar.
Por sua vez, o crime de denúncia caluniosa diz respeito à participação disciplinar contra Jorge Lentilhas dirigida ao director adjunto da Polícia Judiciária e ao director da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da mesma polícia.
Invocando motivos pessoais, Paulo Ferrinho pediu exoneração do cargo que ocupava na ULIC de Évora, no dia 25 de Maio de 2022, a qual foi aceite, e iniciou, posteriormente, funções na Directoria do Norte da PJ.

SM (RRL) // ZO
Lusa

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