O CDS-PP de Elvas deliberou, ontem, por unanimidade retirar a confiança política à vereadora Paula Calado, confirmou a Comissão Política Concelhia do partido.
“Em consciência, o CDS-PP não pode então manter o apoio a uma vereadora que deixou de representar os partidos que a elegeram, e cujo desempenho também já não vai sendo compreendido por simpatizantes dos dois partidos que compunham a coligação”, referiram os centristas em comunicado.
Recorde-se que nas eleições autárquicas de 2021, Paula Calado concorreu à Câmara de Elvas e foi eleita pela coligação PPD/PSD.CDS-PP.
O CDS-PP refere ainda “que a perda de independência da vereadora eleita pela coligação PPD/PSD.CDS-PP não é situação única no elenco camarário, que actualmente não tem qualquer oposição. Esta não é uma situação saudável em democracia, mas cada concelhia partidária pensará e agirá pelo que considere ser o melhor para os elvenses que depositaram a sua confiança nos candidatos que foram a sufrágio”, explicou fonte do partido.
Os centristas elvenses mantêm, no entanto, “o apoio a todos os restantes autarcas do PSD eleitos pela coligação para a Assembleia Municipal e para a Junta de Freguesia de Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso”.
“A 14 de Outubro de 2021, o CDS-PP de Elvas reuniu em plenário para discutir a posição a tomar perante a aceitação de pelouros pela vereadora Paula Calado, eleita pela coligação PPD/PSD.CDS-PP. Foi decidido por maioria manter o apoio à vereadora, aguardando por provas de trabalho e independência no mandato que então se iniciava, em nome de uma estabilidade governativa que melhor beneficie Elvas e os elvenses.
A aceitação de pelouros por um autarca eleito com o apoio do CDS-PP era, desde o início, uma hipótese a considerar, no caso de nenhum dos três eleitos pelo PS aceitar pelouros. Uma vez que todos os vereadores acabaram por aceitar mandato, o cenário provável de ingovernabilidade da Câmara não se verificou, tornando irrelevante para o governo camarário a momentânea posição privilegiada da vereadora eleita pelo PPD/PSD.CDS-PP. Acabou assim a vereadora Paula Calado por apoiar uma maioria que não necessitava do seu apoio e por comprometer uma oposição que o carecia”, sublinha o CDS-PP.
“Mais do que a aceitação de pelouros em si, a proximidade com o restante executivo municipal fez com que Paula Calado e os vereadores eleitos pelo PS deixassem de ser as primeiras vozes dos seus partidos para se diluírem politicamente no coro dirigido por Rondão Almeida. Prova disto é que o aumento das tarifas do lixo e da água, com impactos brutais na vida dos elvenses, era o tema central da campanha de Paula Calado e uma das únicas condições para que aceitasse pelouros, mas parece que deixou de o ser”, vincaram os centristas.