A Universidade de Évora (UÉ) está a criar jardins sustentáveis nos espaços verdes de localidades do distrito, num projeto que pode ser replicado pelo país, com plantas autóctones, mais resistentes ao calor e à seca.
O projeto da UÉ está a ser desenvolvido em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) e é financiado no valor de quase 38 mil euros pelo Fundo Ambiental, estando inserido no Programa de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, do Ministério do Ambiente.
A iniciativa é liderada por Carla Pinto Cruz, professora do Departamento de Biologia e investigadora no Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da UÉ, explicou hoje a academia alentejana.
Segundo a universidade, o projeto, designado “Plantas Nativas na Cidade – Repensar os espaços verdes urbanos”, tem como finalidade “impulsionar o uso de plantas autóctones nos espaços verdes de localidades do Alentejo Central”, mas “pode ser replicado em todo o território nacional”.
O sargaço (Cistus monspeliensis), a roselha-grande (Cistus albidus), o rosmaninho (Lavandula pedunculata), o pilriteiro (Crataegus monogyna) ou a gilbardeira (Ruscus aculeatus) são alguns exemplos de espécies nativas que a equipa de investigadores pretende usar em espaços verdes.
A ideia é usar plantas autóctones, mas mais resistentes ao calor e aos longos períodos de seca.
“A utilização de recursos vegetais próprios apresenta diversas vantagens e permite aumentar a resiliência e sustentabilidade dos nossos espaços verdes, o que é especialmente pertinente na realidade atual de intensificação das alterações climáticas”, realçou Carla Pinto Cruz.
O objetivo é “melhorar o conhecimento e o estado de conservação do património natural e da biodiversidade da região e poder aplicar um modelo de desenvolvimento, gestão e valorização de territórios com um elevado capital natural”, disse a UÉ.
As matas, os jardins e outras estruturas ecológicas com funções paisagísticas urbanas “indispensáveis ao bem-estar e qualidade de vida das pessoas que habitam a cidade e respetivas zonas periurbanas” são alguns desses territórios.
O projeto de conservação e gestão do património natural já está a ser aplicado em Évora, mas as ações envolvem também os concelhos de Montemor-o-Novo, Estremoz, Mourão e Redondo.
O foco é a requalificação de diversos espaços verdes destes municípios, “atualmente dominados por espécies exóticas”, promovendo ações de sensibilização junto dos cidadãos e dos técnicos.
As principais intervenções do projeto incluem a seleção e promoção da produção de plantas nativas e a requalificação de espaços verdes urbanos através de plantas com valor estético, ecológico e interesse paisagístico.
“Esta iniciativa possibilitará a conservação de espécies e habitats protegidos, através de um aumento da biodiversidade nativa, que permitirá não só reduzir o consumo de água e utilização de fitofármacos, como potenciará a sustentabilidade e resiliência destes espaços face às alterações climáticas iminentes”, destacou a UÉ.
Além disso, prevê-se uma melhoria na gestão económica em consonância com as políticas ambientais nacionais estabelecidas com a União Europeia.

RRL // MLS
Lusa

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