A Assembleia Nacional das Nações Unidas decretou uma resolução por unanimidade a declarar 2026 como o Ano Internacional na Mulher na Agricultura.
A celebração vai servir de rampa para a implementação de medidas de combate às dificuldades que as mulheres ainda enfrentam no sector agroalimentar e para fomentar a igualdade de género e o reforço do posicionamento das mulheres na Agricultura.
Em 2023 a FAO, a organização da ONU para a Alimentação e Agricultura, emitiu um relatório que dá conta da descriminação feminina nesta área. Apesar de representarem quase 40% da força de trabalho, as mulheres ainda enfrentam desigualdades relevantes na posse da terra, meios de produção, acesso a empregos com segurança e qualidade, remuneração equitativa e acesso a cargos de chefia.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) já divulgou um comunicado a congratular-se com a iniciativa. “A CNA saúda a decisão e reclama políticas que valorizem as mulheres e ponham fim a todas as formas de discriminação e violência. A CNA saúda a resolução adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para declarar 2026 como o Ano Internacional da Mulher Agricultora e exorta o Governo a adoptar políticas que valorizem o papel essencial das mulheres no sector agrícola e nos territórios rurais e que ponham fim a todas as formas de discriminação e violência”, pode ler-se.
Reforça que “apesar do reconhecimento generalizado, e ao mais alto nível, da importância das mulheres agricultoras e rurais nos sistemas agroalimentares e da sua contribuição para a segurança e soberania alimentares, para a vitalidade do Mundo Rural, para a protecção do ambiente e preservação do conhecimento, a realidade mostra-nos que há ainda muito a fazer para melhorar as suas condições de vida e de trabalho”.
Na extensa declaração, a CNA finaliza reforçando o apoio à resolução da ONU. “No quadro do cumprimento da Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Camponeses e Outras Pessoas que trabalham nas Zonas Rurais, a CNA reclama a implementação plena do Estatuto da Agricultura Familiar, essencial para garantir a dignidade das mulheres agriculturas e rurais, para o desenvolvimento da agricultura e dos territórios rurais”.