O presidente da Câmara Municipal de Elvas, comendador José Rondão Almeida, realizou na manhã desta sexta-feira, dia 22, uma conferência de imprensa no Caia onde abordou a degradação dos fogos ali existentes.

O autarca elvense começou por dizer que esta conferência pretendia “questionar os responsáveis por grande parte do património pertencente ao Estado, pela fase degradada em que se encontram estes imóveis no Caia. Em Elvas temos no Caia e, também, em Vila Fernando. Sabemos que no passado dia 10 os responsáveis foram julgados, que foram aqueles que governaram o país desde 1974, até este momento”, acrescentando que “nós enquanto autarcas pretendemos ser julgados por aquilo que deveríamos fazer e não o fizemos”.

Assim o presidente explicou o que a Câmara Municipal fez para impedir esta situação em Elvas, salientado que “tanto no que diz respeito ao Caia, como a Vila Fernando, foram estabelecidos contatos com os responsáveis. “Falando no Caia, a última reunião tida com os responsáveis por este património, os Serviços Sociais da Guarda Nacional Republicada, foi a 20 de Junho de 2022. Estes estiveram representados pelo senhor Coronel Timóteo Pedroso, e analisámos o que fazer destas 24 casas que estão degradadas no Caia, e igual procedimento tivemos em relação às 42 casas de Vila Fernando, ambos pertença do Estado, aos Serviços Sociais da GNR e, no caso de Vila Fernando, ao Ministério da Justiça”, adiantou.

Rondão Almeida foi mais longe, referindo que “a Câmara fez a sua obrigação, que foi no Plano Estratégico de Habitação, em 2021, e que reforçámos em 2022, contemplar a recuperação dos 24 fogos aqui do Caia, com uma importância de 2 milhões e 600 mil euros, e em Vila Fernando, os 42 fogos com uma importância de 6 milhões e 700 mil euros, valores aprovados pela senhora Ministra da Habitação na altura”. Assim, “questiona-se porque é que havendo dinheiro para que este património seja totalmente recuperado, e estamos em finais de Março de 2024, as entidades responsáveis por esse património ainda não o tivessem passado para a Câmara Municipal de Elvas para que o pudéssemos recuperar. O problema que pode surgir no futuro, é que o tempo está a passar e esse dinheiro tem que ser gasto ate finais de 2026 e por isso o que fizemos com os governos que estiveram a governar este país é o que iremos fazer com o Governo que for empossado brevemente: pedir-lhe responsabilidade por forma a que possamos dizer que, daqui por ano e meio, o Poder Local em Elvas seja julgado por aquilo que deveria ter feito e não fez”.

Sobre o projeto, explicou que estas “24 excelentes habitações irão dar resposta a 24 famílias”, uma vez que atualmente “é uma péssima imagem que se está a dar, mas não é de hoje. Quantos governos já passaram, quantos responsáveis tivemos que bater à porta, pois o Município não tem competências nem para poder pregar um prego aqui no Caia”. “Quando passarem este património para a Câmara Municipal de Elvas, a nossa responsabilidade é infraestruturar nas devidas condições este bairro, as que tem não servem. Temos que ter uma rede de água, uma rede de esgotos, um saneamento, arruamentos condignos, um parque infantil para as crianças, um polidesportivo e equipamentos sociais para dar resposta às nossas crianças e jovens”.

Para além disso, sublinhou que “também temos que pensar numa rede de transportes que ligue Elvas, Badajoz e Campo Maior, passando pelo Caia e que dê resposta às pessoas, sem ter que recorrer ao carro, que aqui vivam neste pequeno bairro”.

Recordando que o tempo está a passar, o presidente referiu que ainda se está a tempo de fazer os projetos de recuperação, fazer candidaturas e a obra estar executada para estarem aqui a viver pessoas em 2026, objetivo para o Caia e Vila Fernando. Não podemos ter pessoas a necessitar de habitação e ter aqui estes fogos, cerca de 70” degradados e abandonados.

Lembrou o autarca que os Serviços Sociais da GNR também têm responsabilidade na “Avenida da Boa-Fé. Eles são donos de toda a fachada de moradias naquela Avenida, pelo menos na zona alta, e neste momento já estão quase todas devolutas, entrando num estado de vandalismo e é isso que tenho vindo a tentar resolver”.

Rondão Almeida deixou ainda um apelo aos elvenses, para que “saibam distinguir o que é a responsabilidade do Governo Central e a responsabilidade do Poder Local”, dando como exemplo, a área da saúde, “não venham também a imputar os problemas das listas de espera, daqui para a frente ao Poder Local, quando pertence ao Ministério da Saúde”.

Na área da habitação, “o que acontece em Elvas acontece por todo o país fora e não quero que daqui por ano e meio venham a pedir responsabilidades pela situação se manter”, concluiu Rondão Almeida.

No fim, adiantou ainda que irão ser feitas “conferências pontuais de tudo o que tenha a ver com informação de tudo aquilo que é a estratégia de trabalho que temos vindo a desenvolver e o que nos propomos fazer nos próximos dois anos”, concluiu.

Nesta conferência de imprensa estiveram presentes a vice-presidente Anabela Cartas e os vereadores Vitória Branco, Hermenegildo Rodrigues, Tiago Afonso e Cláudio Monteiro.

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