O Ministério Público (MP) pediu hoje a condenação do cavaleiro João Moura, acusado por 18 crimes de maus-tratos a animais de companhia, tendo o arguido optado por falar no final da sessão, assumindo “uma parte” da responsabilidade.
A quarta sessão do julgamento, marcada pelas alegações finais, decorreu no Tribunal de Portalegre, tendo o MP pedido a condenação de João Moura, deixando a moldura penal a aplicar ao critério do tribunal, ao passo que a defesa pediu a sua absolvição.
No decorrer da sessão, os advogados das associações de defesa dos animais que se constituíram assistentes no processo pediram, a maioria, pena de prisão efetiva, bem como a proibição de contacto com animais de companhia.
No final da sessão, o arguido optou por falar, tendo apenas assumido “uma parte da responsabilidade”, sustentando que estava a passar por uma fase económica “menos boa”, tendo o tribunal validado a curta declaração de João Moura.
Após a sessão ter sido interrompida por breves instantes para que o advogado de defesa e o arguido trocassem algumas impressões, o cavaleiro remeteu-se ao silêncio.
A leitura da sentença está marcada para o dia 24 de janeiro, ou seja, daqui a precisamente uma semana, pelas 14:00.
Para o MP, que considerou que a culpa de João Moura neste processo “é grave”, ficou provada a prática dos crimes, graças à análise aos relatórios e depois de ouvidas as testemunhas envolvidas no processo.
Já o advogado de defesa, Luís Semedo, criticou os assistentes no processo por defenderem nas alegações finais que o caso de João Moura deve ser “um exemplo”, que conduza a aplicação da pena de prisão efetiva, uma vez que o arguido representa “tudo aquilo” que as associações animalistas “abominam”, nomeadamente a tauromaquia, atividade na qual o arguido é profissional.
No final da sessão e em declarações aos jornalistas, Luís Semedo, disse que vai aguardar a leitura da sentença, mas afiançou esperar que o tribunal “consiga decretar e assumir a inconstitucionalidade da norma” que criminaliza o seu cliente.
Isto porque, na sua estratégia, o advogado alude a decisões do Tribunal Constitucional que já reverteram condenações de primeira instância no que respeita a crimes de maus-tratos a animais de companhia.
O advogado António Garcia Pereira, representante da associação SOS Animal, que se constituiu assistente , disse aos jornalistas que os assistentes estão “satisfeitos” com a prova que foi produzida, não só em audiência como a prova pré-constituída, nomeadamente os documentos que constam nos autos.
“Vamos aguardar serenamente, mas a nossa convicção é que foi feita uma prova muito forte”, disse.

HYT // MLS
Lusa/Fim

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