A Terras d’Ossa, Associação de Desenvolvimento Local da Serra d’Ossa, acompanhou, no passado fim-de-semana, dois membros do Grupo de Trabalho em Águia de Bonelli da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que seguem há 15 anos a situação da águia-de-Bonelli (Aquila fasciata) no sul de Portugal.

Rita Ferreira e Jorge Vicente monitorizaram cinco ninhos pertencentes aos dois casais que fizeram da Serra d’Ossa a sua casa, com o intuito de avaliar e definir medidas de conservação com o apoio da associação.

Três dos ninhos encontram-se em escarpas e dois em árvores, situados nas freguesias de Glória, no concelho de Estremoz, e Terena (São Pedro), no concelho de Alandroal.

A águia-perdigueira, nome também dado à Águia de Bonelli, é a mais pequena e discreta das três grandes águias que se encontram em Portugal. Os adultos distinguem-se pelo corpo claro e asas escuras e pela singular mancha branca no dorso, enquanto os juvenis têm uma plumagem distinta dominada por tons ruivos. Como acontece com a maior parte das aves de rapina, as fêmeas são geralmente maiores do que os machos.

Nos casais de águia-perdigueira, tanto o macho como a fêmea cuidam das crias. Geralmente, o casal tem vários ninhos, que vai ocupando alternadamente em diferentes anos. Cada ninhada tem, normalmente, uma ou duas crias.

Uma das ameaças à águia-perdigueira é a perturbação durante a época de reprodução (que se estende de Dezembro a Junho), pois esta espécie é particularmente sensível à presença humana em redor dos ninhos.

Outra ameaça são as linhas eléctricas perigosas, onde tanto adultos como juvenis podem morrer por embaterem nas linhas ou por serem electrocutados ao pousar nos postes.

No sul do País, a espécie tem sofrido com o rápido desaparecimento das árvores de grande porte onde prefere nidificar.

A população portuguesa de águia-perdigueira está classificada como “Em Perigo” pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Em 2011 estimava-se que existiriam entre 116 a 123 casais reprodutores no País.

Após um declínio acentuado nos anos 80, o número de águias-perdigueiras tem vindo a aumentar, sobretudo no sul do País, onde os casais têm ocupado zonas desprovidas de escarpas, nidificando nas árvores.

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