Um projecto considerado inovador, no sentido de “revolucionar” o sector agroindustrial, centrado no desenvolvimento de soluções padronizadas para gaseificadores em pequena escala, está a ser liderado pelo Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).
Em comunicado, o IPP refere que o projecto poderá, a médio prazo, ajudar a impulsionar o sector agroindustrial do País, criando oportunidades de negócios e promovendo a sustentabilidade energética.
O projecto “Implementação da metodologia DMAIC – Definir-Medir-Analisar Melhor-Controlar, para potenciar a valorização de resíduos agroindustriais através de soluções de gaseificação em pequena escala”, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Este projecto permite o uso de biomassa residual como recurso energético nesta região, podendo ser uma “solução complementar” à actual infraestrutura energética.
Citado no comunicado, o coordenador do projecto, Valter Silva, explica que, além desses factores, este projecto “permite impulsionar” as oportunidades económicas entre agricultores e dinamizar o desenvolvimento de centrais térmicas de pequena e média dimensão.
“As soluções de gaseificação em pequena escala contribuem para uma maior diversificação do portfólio energético em Portugal, sendo uma alternativa válida para situações, por exemplo, de aquecimento de piscinas públicas ou de aquecimento de águas em hotéis rurais”, acrescenta.
De acordo com o IPP, este projecto permitiu responder a “um dos maiores problemas desta tecnologia”, a variabilidade da composição da biomassa, que leva também a oscilações do gás produzido, “aumentando” a eficiência global e “diminuindo” os custos de operação.
“A gaseificação poderá ser vista como uma resposta eficaz à necessidade de soluções sustentáveis no sector agroindustrial, aliado ao potencial do uso de biomassa residual como recurso energético complementar à infraestrutura energética actual”, lê-se no documento.
O IPP recorda que o uso de biomassa residual “pode também aliviar” um dos maiores problemas nacionais, o efeito destes resíduos na propagação de fogos.
Segundo Valter Silva, foi adoptada a metodologia DMAIC para impulsionar a eficiência energética e garantir a optimização e a “robustez” das soluções de gaseificação em pequena escala.
“Este projecto foi pioneiro no uso desta metodologia de forma sistemática para processos de gaseificação e combustão. Esta metodologia é tipicamente encontrada no sector industrial de manufactura, mas raramente no sector de produção de energia”, acrescentam.
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Lusa