A Junta de Freguesia das Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, solicitou uma audiência com caráter de urgência ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, para abordar a falta de segurança na vila.
O pedido, formalizado no final de maio, ocorreu na sequência da aprovação, por unanimidade, de uma moção sobre o tema na Assembleia Municipal de Viana do Alentejo, revelou hoje à agência Lusa o presidente da junta de freguesia, Frederico Carvalho.
A moção foi aprovada no final de abril, mês em que os executivos da freguesia e da câmara municipal também se reuniram com o comandante do Destacamento Territorial de Montemor-o-Novo da GNR, Ricardo Pasadas, mas sem desenvolvimentos.
“Percebemos que se sentia de mãos atadas e que não conseguia dar perspetivas de um futuro melhor. Fruto dessa incapacidade, com a qual me solidarizo, solicitámos a audiência com o ministro e estamos à espera de uma resposta”, justificou Frederico Carvalho.
A Junta de Freguesia de Alcáçovas reclama o regresso do atendimento permanente no posto da GNR da vila, que atualmente funciona apenas no horário de expediente, entre as 09:00 e as 17:00.
O autarca, eleito pela coligação VIVA (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), reclama também um patrulhamento de proximidade que “deixou de existir na vila e nas áreas rurais da freguesia”.
Apesar de reconhecer o “momento muito crítico do ponto de vista do recrutamento” que vive a GNR, prometeu exigir ao ministro José Luís Carneiro um aumento do número de efetivos na região.
“Gostaríamos de ter o compromisso do ministro da Administração Interna em como tentará colmatar as deficiências dos recursos humanos, da operacionalidade do posto e, sobretudo, do patrulhamento”, afirmou.
O autarca sublinhou que “Alcáçovas e a sua população não podem ser portugueses de segunda”.
Afirmando não dispor de números para sustentar o sentimento de insegurança que diz estar a crescer na freguesia, o presidente disse que, das informações que possui, “estão muito próximos dos registados nos anos anteriores”.
“Há cerca de dois meses houve uma segunda vaga de assaltos” na vila, o que argumentou ser “inadmissível numa terra pacata”, lamentando a “sensação de impunidade dos prevaricadores que leva as pessoas a já nem sequer formalizarem queixa” nas autoridades.
“É um pedido que a junta de freguesia tem feito aos queixosos, nunca deixem de fazer queixa junto da autoridade, pese embora a morosidade e as fracas capacidades de operacionalidade”, apelou.
Contactado também pela Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte (CDU), reconheceu que “a GNR está com muita dificuldade em termos operacionais e para responder às necessidades” da vila de Alcáçovas, mas o problema estende-se a todo o concelho.
“Nos últimos anos, têm havido alguns casos [de criminalidade], tal como em Viana do Alentejo, onde o posto da GNR está em funcionamento e os casos veem-se na mesma. Alcáçovas está mais vulnerável, mas não acontece um caso todos os dias”, comentou.
Ainda assim, existe “uma grande preocupação” relativamente a “uma reclamação que já é antiga” e que o presidente da câmara disse ter comunicado “várias vezes” às autoridades.
Contactado pela Lusa, o Comandante do Destacamento Territorial da GNR de Montemor-o-Novo não quis prestar esclarecimentos por não estar hierarquicamente autorizado a fazê-lo.

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