O núcleo de Portalegre do Movimento Democrático de Mulheres a propósito da actual situação vivida no Afeganistão mostrou-se solidária com as mulheres afegãs.
“Poderíamos falar sobre o que levou ao que está a acontecer atualmente no Afeganistão, ao papel crucial que políticas externas imperialistas do Ocidente tiveram no mesmo e o que era o Afeganistão dos anos 70. A verdade é que a história do Afeganistão não é a história dos talibãs maus e dos soldados americanos bons que tanto lutaram pela democracia liberal. É a história de um povo que viu a sua história e a sua cultura postos em questão e em 2° lugar por interesses económicos do Ocidente. E acima de tudo, deveria ser deste povo que deveríamos estar a falar. As consequências de todo o caos que o Afeganistão está a enfrentar, são o povo afegão que as sofre, especialmente as mulheres e crianças que lá vivem. A privação de uma vida segura, estável e em paz, com acesso a segurança, a educação e a saúde, é o povo afegão que a sofre. Vemos inúmeras mulheres a expressar empatia e solidariedade, por outras mulheres que não perderam os direitos quando os talibãs entraram em Cabul, mas viram-se privadas da sua liberdade ano após ano de guerras. E acima da empatia e solidariedade, é também uma grande admiração por mulheres que não baixam os braços, que já saíram muitas vezes à rua nos últimos dias, pondo em risco as suas vidas e as vidas de quem amam”, refere o movimento em comunicado.
O Núcleo de Portalegre do MDM salienta ainda que “também lhes devemos o respeito de entender que a opressão que vivem nada tem haver com a sua religião. Mais do que nunca, é crucial separar o que é a religião muçulmana e as escolhas das mulheres muçulmanas tomam perante as suas crenças, de um grupo fundamentalista. É importante sim responsabilizar toda a estrutura em que vivemos e não uma religião que já sofre tantos preconceitos no Ocidente”.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Destaque Principal

Veja também

VMER do Alentejo parada na noite de Natal por falta de médicos

Seis VMER, viaturas médicas de emergência e reanimação, estiveram paradas a 24 de Dezembro…