Um centro interpretativo dedicado aos bonecos de Estremoz, cuja produção é Património Cultural Imaterial pela UNESCO, vai abrir nesta cidade alentejana, para valorizar esta técnica artesanal, o figurado em barro e os próprios artesãos.
A inauguração do novo equipamento, que “nasce” no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, está marcada para 09 de agosto, às 11:00, revelou hoje à agência Lusa a vereadora da Cultura na Câmara de Estremoz, Márcia Oliveira.
A autarca, também vice-presidente do município, explicou que o denominado Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz vai ser um local de concentração de atividades ligadas a estes bonecos feitos em barro.
“Quem visitar Estremoz terá oportunidade, naquele espaço, de conhecer a técnica única de produção dos bonecos e a história desta arte, bem como ver ao vivo os artesãos a modelar os mesmos”, indicou.
Os visitantes vão poder também ver bonecos dos diferentes artesãos, já que, para o efeito, foram adquiridos mais de 200 bonecos, de produção atual, a todos os barristas certificados em atividade.
“O objetivo principal passa por colocar o foco no presente e futuro do boneco de Estremoz” e a exposição que vai estar patente no centro “foi idealizada para ser dinâmica nos conteúdos e apresentação do figurado”, realçou Márcia Oliveira.
A Produção de Figurado em Barro de Estremoz, conhecida como bonecos de Estremoz, foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em dezembro de 2017.
O centro interpretativo resulta de um investimento de 258 mil euros, financiado em 70% através da Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal.
Segundo a vereadora, neste novo espaço, procura-se dar “destaque aos produtores, no fundo os grandes protagonistas desta história multissecular” e cujo trabalho permitiu que ainda hoje “se possa desfrutar desta tradição artesanal”.
“Valorizar as pessoas e não apenas a sua produção, é um dos grandes objetivos do projeto”, salientou.
A exposição que vai estar patente no equipamento inclui uma ala dedicada exclusivamente ao percurso cronológico da produção do figurado e seus produtores, enquanto, num noutro espaço, vão estar representadas as temáticas e diversas tipologias de peças.
Várias atividades vão ser desenvolvidas no centro, como a feitura dos bonecos pelos artesãos, exposições e iniciativas de caráter educativo: “Os artesãos serão convidados” e, “sempre que queiram, vão poder trabalhar ao vivo”, disse a vereadora.
A câmara tenciona também que este seja “um centro de atração para novos artesãos”, visto que, “com as atividades educativas que vão decorrer, praticamente em permanência, também os jovens poderão experimentar a arte”.
“O plano de salvaguarda e o reconhecimento dos bonecos de Estremoz como Património Cultural Imaterial da Humanidade tinham este objetivo de atrair mais artesãos para a arte”, para procurar evitar que esta “corra o risco de desaparecer”, assinalou.
No dia 09 de agosto, vai ser inaugurado no mesmo edifício um laboratório de investigação, conservação e restauro dos bonecos de Estremoz, criado em “estreita parceria”com o Centro Hércules da Universidade de Évora.
Os bonecos de Estremoz pertencem a uma arte de caráter popular, com mais de 300 anos de história, tendo sido o primeiro figurado do mundo a merecer a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, na sequência da candidatura do município.
Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efetuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.
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