As associações de dadores de sangue receberam com agrado a notícia do regresso da isenção de pagamento das taxas moderadoras e recordam que as dádivas dos seus associados significam uma poupança significativa no Serviço Nacional de Saúde.
Paulo Cardoso, vice- presidente da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre, assegurou ao Linhas que esta associação recebeu “com agrado” a notícia. “Assistimos ao encerramento de vários centros de saúde e de redução de horários, levando muitas pessoas a recorrer aos hospitais. Os dadores, que estavam isentos em unidades de cuidados de saúde primários, tinham de pagar a taxa moderadora nos hospitais. A isenção deve entrar em vigor o mais depressa possível”, disse.
O dirigente da associação de Portalegre assegurou ainda que os dadores de sangue têm alertado para outras questões, como o aproveitamento do plasma: “O Estado tem dádivas gratuitas e se aproveitasse o plasma conseguiria uma poupança significativa, diminuindo as importações de plasma. As coisas começam a tomar um rumo positivo. Sem o sangue dos dadores os hospitais não poderiam funcionar. Falta assegurar o aproveitamento do plasma, acabando com o negócio do mercado de importação do plasma”.
Os dadores de sangue deixarão de pagar taxas moderadoras nos cuidados de saúde hospitalar do Serviço Nacional de Saúde, à semelhança do que já acontecia nos cuidados de saúde primários e nas unidades de saúde familiares.
«Iremos repor essa isenção para os dadores de sangue para todas as condições de acesso, não apenas para cuidados de saúde primários, que já existe, mas também para cuidados de saúde hospitalares», anunciou, na passada semana, em Coimbra, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes
O ministro da Saúde admitiu que as questões relacionadas com as taxas moderadoras ainda estão a ser estudadas, mas acrescento: “Será reparado algo que foi muito mal feito, que foi a retirada da isenção de taxas moderadoras para os dadores de sangue. Os portugueses perceberão a diferença entre uma leitura administrativa da regra económica e dificuldade do acesso, e confusão entre taxas moderadoras e copagamentos, daquilo que é uma leitura de modelação do acesso e da regulação fina dos direitos de acesso”.