Sobre a notícia com o título em epígrafe, publicada na passada edição do jornal Linhas de Elvas, recebemos uma missiva emanada pelo vereador da Câmara Municipal de Elvas eleito pelo CDS/PP, Tiago Abreu, de cujo teor retirámos o referente ao assunto em causa. 

Exmº Senhor Diretor
 Na edição de 21 de Janeiro de 2016 surge uma “notícia” que cita alegadas declarações feitas pela minha pessoa ao Linhas, concretamente “Tiago Abreu, vereador eleito pelo CDS-PP na Câmara Municipal de Elvas, afirmou (e passam então a citar-me) que “correm rumores que a distrital Social-Democrata se prepara para apoiar Rondão Almeida nas próximas eleições autárquicas”, mais adiante citam novamente alegadas declarações da minha pessoa escrevendo que “quiçá seja por isso que o PSD não respondeu à minha carta”.
 Ora, imaginem o meu espanto ao ler tal notícia, uma vez que não prestei, nem de forma direta nem indireta quaisquer declarações ao “Linhas de Elvas” sobre este assunto, que já agora considero totalmente absurdo!
 Solicito ainda que me esclareçam quando, como, onde, por que meio e a quem foram prestadas tais declarações?

Nota da redacção: A redacção deste semanário debate-se em cada quotidiano com o delicado, persistente e probo cuidado na exegese e na recolha das suas fontes de informação, de modo a fazer chegar ao leitor a mais célere e fidedigna informação, numa dinâmica de persistente procura da excelência e do rigor.  
Não obstante esses desideratos jornalísticos, estribados na defesa dos mais elementares princípios de vida de que a redacção do “Linhas de Elvas” é escrava, nem sempre é fácil obter a informação com a fidelidade almejada e, também, com a possibilidade de provar a respectiva fonte de onde aquela emana. Mais difícil ainda, embora decerto mais cómodo e seguro, seria ficar calado, em silêncio, metendo na “gaveta”, por temor ou outro rasteiro conceito, a obrigação de divulgar a notícia, com a relatividade que a mesma possui, aqui e em toda e qualquer outra circunstância.
O “Linhas de Elvas” dá informação e procura nas suas fontes, o máximo de probidade. É isso que faz secularmente, independentemente das pessoas visadas, sem prestar vassalagem e sem pagar tributo a quem quer que seja, numa escolha difícil e necessariamente subjectiva dos temas e das notícias a levar à estampa.
Como é consabido, por um lado, os jornalistas não têm o dom da ubiquidade e raramente assistem em directo a um dado conhecimento que noticiam e, por outro, não têm meios (nem a necessidade) para gravar toda a informação que lhes chega, designadamente quando emerge de alguém responsável ou, ao menos, tida como tal.
No caso em apreço, as declarações transcritas na informação citada pelo Senhor Tiago Abreu foram transmitidas pelo próprio, telefonicamente, no sábado, dia 16 de Janeiro de 2016, pelas 16 horas e 27 minutos, numa comunicação que tardou 5 minutos e 31 segundos, para o telemóvel do semanário “Linhas de Elvas”, adstrito ao director do mesmo. A comunicação em causa aconteceu após diversas insistências anteriores registadas na rede MEO, designadamente às 16 horas e 03 minutos, entre as quais uma mensagem escrita com o seguinte teor: “Olá João, quando puderes liga, sff. Abraço.”. Pelas 16 horas e 27 minutos existe o registo de nova mensagem telefónica, desta vez endereçada pelo “Linhas de Elvas, que diz: “Já estou contactável. Abraço.”. Após a qual se seguiu, de imediato a comunicação em causa.
Toda a redacção do Semanário “Linhas de Elvas” considera, respeita e reconhece ao Senhor Tiago Abreu a autoridade bastante para dar como boa toda e qualquer informação por este proferida, porquanto sabe tratar-se de uma pessoa bem informada, designadamente quando em causa estão interesses públicos e políticos do concelho e da autarquia elvense.
Por esse motivo e apenas por ele, tomou como fiel a informação que publicitou, porquanto a considerou incidente sobre um tema candente da politica local.
Ao semanário “Linhas de Elvas” nunca foi pedido pelo Senhor Tiago Abreu o recato e o sigilo na informação, vulgo, notícia proferida, ainda que proveniente ou não de rumores ou de “conversa de esquina”.  
O semanário “Linhas de Elvas” considera que cumpriu o seu dever para com a comunidade de leitores e para com os demais cidadãos em geral.
Não obstante, a redacção do semanário “Linhas de Elvas” lamenta sobremaneira a conduta do Senhor Tiago Abreu, que considera uma deselegante e vã tentativa de cercear o mister jornalístico deste semanário plasmado ao longo dos seus anais, em detrimento da liberdade e da subjectividade dos temas a desenvolver e a publicar, que é e deve ser paradigma de todo o jornalismo. Neste caso, que caso não é, maior é esse juízo de lamento e de censura, porquanto é impossível a prova da notícia recebida e da literalidade e do rigor com que foi divulgada.   
O semanário “Linhas de Elvas” subsiste da sua dedicação, do seu rigor, da sua persistência e da sua verticalidade.
Malgrado, não possui forma de gravar as chamadas telefónicas como uma grande empresa faz, por norma e por cautela.
O semanário “Linhas de Elvas” deixaria de conseguir alcançar os desideratos de actualidade e de imediatismo nas suas publicações, se obrigasse cada fonte de informação, reputadamente séria, esclarecida, informada e com responsabilidades públicas e politicas concedidas pelo poder popular (como é o caso do Senhor Tiago Abreu) a ter que receber as informações para posterior transmissão, por escrito e, por cautela, por correio seguro…. . 
O semanário “Linhas de Elvas” não deixará de perseguir os critérios de verdade, de rigor, de probidade e de independência, em prol de um jornalismo de excelência e de proficiente informação, com tudo o que de relativo e de subjectivo esse difícil caminho tem inerente. Mas o jornalismo é isso mesmo. É a arriscada arte de escrever, muitas vezes, sem corrector e sem rede e, as mais das vezes, tendo como recompensa a ingratidão e a desonestidade do ser humano que se move por ideais hediondos e por caminhos tenebrosos que não são nem nunca foram por si perfilhados.

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