O PS acusou hoje o Governo de imobilismo quanto ao perigo de redução da distribuição de jornais no interior e disse estar disponível para soluções legislativas sobre o tema.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, anunciou que os socialistas querem ouvir o ministro da Presidência, que tutela a comunicação social, sobre este tema, provavelmente na mesma audição em que pretendem questionar António Leitão Amaro sobre o futuro modelo institucional da Agência Lusa.
Na semana passada, a Vasp, empresa que garante a distribuição de jornais e revistas no país, admitiu a possibilidade de fazer ajustamentos em oito distritos – Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança devido a problemas financeiros.
O líder parlamentar do PS considerou fundamental, para a pluralidade da democracia portuguesa, que “os cidadãos, independentemente da região do país em que vivem, possam ter acesso à comunicação social escrita”.
“O Governo não apresenta soluções perante um quadro em que periga a distribuição de jornais em zonas do país (…) O Partido Socialista está disponível, sublinho, o Partido Socialista está disponível para contribuir desde o ponto de vista legislativo para assegurar as condições de distribuição”, disse.
Brilhante Dias considerou existirem “instrumentos de governação, instrumentos financeiros” para “garantir com justiça, equidade, transparência a distribuição de jornais em todo o país”.
“Mas queremos perceber como é que o Governo quer resolver este problema e até agora só temos preocupações e algum imobilismo para encontrar uma solução satisfatória”, criticou.
Questionado sobre a posição do ministro da Presidência, que já afirmou que qualquer solução implicará sempre “mecanismos concorrenciais” e não passar cheques a uma empresa em concreto, o dirigente socialista disse não querer falar sobre empresas em concreto.
“O nosso problema não se centra numa empresa ou noutra. O Estado tem que ter transparência na utilização de recursos, tem que haver lealdade concorrencial e por isso para nós a questão não se resume a uma empresa, mas há outros instrumentos que seguramente podem ser usados”, defendeu.
Num artigo divulgado hoje na imprensa, os diretores de todos os jornais de informação generalista diária, de todos os semanários, da única publicação impressa diária na área da economia, das ‘newsmagazines’ e revistas de informação geral e temática, e de todos os diários lançam o alerta à sociedade civil e a todos os responsáveis políticos, quer ao nível do Estado central, quer nas autarquias locais.
De acordo com os signatários, a crescente degradação da indústria de impressão e a progressiva asfixia das cadeias de distribuição são dois fatores que colocam Portugal em sério risco de, muito em breve, ficar sem acesso à imprensa escrita em vastas áreas do seu território.
“Para muitas das nossas publicações, a principal forma de assegurar a regularidade do contacto com o público passa, já hoje, por imprimir em empresas espanholas. Isto com todas as dificuldades e constrangimentos inerentes, além do prejuízo para a economia nacional”, é referido no texto.

SMA (DD) // ACL
Lusa/fim

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