A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo vai investir 8,5 milhões de euros em 2026 para reforçar a notoriedade das marcas, melhorar a hospitalidade e preparar grandes eventos internacionais, disse o presidente daquele organismo.
Em declarações à Lusa, José Santos especificou que os orçamentos “normalmente rondam os 4 a 5 milhões”, mas o do próximo ano é superior devido a projectos extraordinários.
“Este valor é atípico porque inclui investimentos ligados à Cidade Europeia do Vinho e uma verba entre 400 mil e 500 mil euros do Plano Anual de Eventos, financiado pelo Portugal Events”, explicou, sublinhando que “a maior parte destes investimentos não se repetirá nos próximos anos”.
De acordo com o responsável, o plano assenta em três eixos estratégicos, o primeiro dos quais passa por “continuar a trabalhar a notoriedade e o posicionamento das marcas Alentejo e Ribatejo”, tanto no mercado nacional como internacional.
O segundo eixo, acrescentou, é dedicado às políticas de acolhimento e hospitalidade, que terão “um desafio grande” com a Cidade Europeia do Vinho 2026, no Baixo Alentejo, e a Capital Europeia da Cultura 2027, em Évora.
“Este eixo é importante porque estamos a falar de investimentos muito significativos, como a instalação de um ‘Welcome Center’ em Évora, que será a porta de entrada para a Cidade Europeia da Cultura”, precisou.
O terceiro pilar envolve a certificação do destino, atracção de investimento e monitorização.
“Queremos recuperar a dinâmica perdida do Observatório do Turismo Sustentável, para termos mais informação quantitativa e qualitativa que permita traçar melhores estratégias”, referiu José Santos, defendendo que “o planeamento tem de ser sustentado em dados”.

Em termos de objectivos, a ERT pretende “crescer cerca de 5% no mercado interno em dormidas e hóspedes”, mantendo a tendência de aumento nos proveitos.
“Este ano crescemos 7,5% em dormidas e 9,5% em proveitos, mas queremos consolidar esse crescimento e melhorar os índices de ocupação, onde ainda estamos ligeiramente abaixo da média nacional”, afirmou o presidente.
No Ribatejo, está prevista uma verba de 500 mil euros para vários tipos de iniciativas, como “a criação da figura dos embaixadores do Ribatejo”, a presença reforçada na Feira Nacional do Cavalo e “campanhas multimédia”.
O plano inclui também a aposta no turismo equestre e na gastronomia, áreas que, segundo o presidente, “podem dar mais relevância à marca Ribatejo no mercado nacional”.
Quanto ao mercado internacional, o plano contempla uma campanha no mercado espanhol, com foco na Extremadura e Andaluzia.
“Vamos comunicar conteúdos e experiências do Ribatejo em Espanha pela primeira vez”, revelou José Santos.
O responsável reconheceu ainda que “o Ribatejo precisa de ganhar escala e produto para se afirmar fora de Portugal”, mas garantiu que “há já uma dinâmica positiva, com novas unidades de alojamento a surgir”.
“Estou convencido que, com mais três ou quatro hotéis a entrar em operação, teremos mais músculo e capacidade para promover o destino internacionalmente”, concluiu.
JYRE // MCL
Lusa
