Na Audição da Ministra do Ambiente na Assembleia da República, o deputado João Lopes Aleixo, eleito pelo Chega no distrito de Portalegre, abordou o tema da barragem do Pisão.
No hemiciclo, Lopes Aleixo sublinhou “ a importância da água enquanto eixo estratégico. A Estratégia ‘Água que Une’ tem potencial para ser uma das maiores reformas estruturais do nosso tempo, porém uma estratégia só vale quando se converte em obra”.
O projecto do Pisão é decisivo e transformador para o Norte Alentejano, como o Alqueva foi para o Baixo Alentejo. “Meio século de espera, financiamento garantido, máquinas no terreno… e de repente tudo volta a parar. As obras param devido a uma providência cautelar de associações urbano-depressivas, desligadas da realidade do território, comprometendo o futuro do distrito de Portalegre e de milhares de pessoas”, acusou.
“O Distrito de Portalegre não pode ser eternamente adiado. O futuro constrói-se, não se adia”, rematou.
Já na audição ao Ministro da Agricultura, Lopes Aleixo defendeu a “Renovação Geracional”.
“Portugal vive um paradoxo profundo: temos uma das agriculturas mais envelhecidas da Europa e, simultaneamente, temos regiões rurais cuja sobrevivência dependem totalmente da agricultura.
A idade média dos agricultores portugueses é de 64 anos, enquanto na Europa é de 57 anos. Isto não é uma mera divergência estatística, é uma emergência nacional. Se não renovarmos geracionalmente a agricultura, não renovaremos o país”, avisou Lopes Aleixo.
Perante o Ministro de Montenegro, o deputado eleito por Portalegre referiu que “a agricultura não é apenas uma actividade económica, é muitas vezes a última linha de defesa contra o despovoamento, o abandono, o desemprego e o envelhecimento extremo das nossas comunidades.
Quando um agricultor desiste da Agricultura, não perdemos apenas produção, perdemos uma família, uma escola, um comércio, um serviço público. Perdemos um pedaço do país.
Embora a agricultura seja uma actividade de fé, não esperamos milagres. É preciso coerência e coragem para transformar a intenção em políticas efectivas. Porque as palavras estão no programa, mas o futuro está no orçamento e na execução”.
Rematou a intervenção com uma pergunta ao Ministro: “Está o Governo disponível para reforçar o Orçamento com medidas concretas de apoio aos jovens agricultores, para que o Alentejo e o Interior possam ter futuro?”
