A adesão à greve de hoje dos trabalhadores dos transportes em Portalegre foi nula, ao contrário do que aconteceu noutros concelhos do país, disseram à agência Lusa fontes do sindicato e dos serviços municipalizados da cidade.
Os trabalhadores dos transportes municipais dos concelhos do Barreiro, Bragança, Coimbra, Nazaré, Portalegre e Sintra cumprem hoje um dia de greve pela valorização das carreiras.
De acordo com Paulo Canau, dirigente em Portalegre do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), foram vários os fatores que levaram os trabalhadores desta cidade alentejana a não aderirem ao protesto.
“Uma das causas é a greve geral que já está marcada para o dia 24 deste mês e os trabalhadores meteram isso em causa. Estar a fazer duas greves no mesmo mês é complicado” em termos salariais, justificou.
O sindicalista recordou ainda que já tinha sido aprovada, num plenário, uma resolução com um caderno reivindicativo e com os “passos a dar” pelos trabalhadores em Portalegre, antes de se avançar para uma greve.
“Como nos outros locais de trabalho, nomeadamente em Coimbra, Nazaré ou Barreiro, a força e a estratégia de reivindicação já está mais adiantada, foi diferente e [a greve] teve outro impacto”, disse.
Contactada pela Lusa, a presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Águas e Transportes (SMAT) de Portalegre, Laura Galão, indicou que um total de 12 trabalhadores poderia ter aderido ao protesto.
“Nós tivemos os 100% dos colaboradores ao serviço. Não houve adesão à greve em Portalegre e isso é satisfatório e demonstra que há diálogo e colaboração”, sublinhou.
A adesão à greve dos trabalhadores dos transportes municipais de seis concelhos era às 09:30 de hoje de 100% no Barreiro e em Bragança e de 96% em Coimbra, disse à Lusa fonte sindical.
“Ainda não temos os dados de todos os concelhos, mas diria que o balanço é muito positivo, perto dos 100%. Em Bragança e no Barreiro a adesão é de 100% e em Coimbra 96%, demonstrando a luta justa dos trabalhadores pelos seus direitos e pela valorização das suas carreiras”, segundo referiu, na altura, a presidente do STAL, Cristina Torres.
Os trabalhadores, argumentou, exigem a manutenção dos serviços públicos municipais ou municipalizados de transporte coletivo, a reposição das carreiras profissionais, nomeadamente a de agente único nos transportes municipalizados.
Exigem igualmente um aumento dos salários não inferior a 15%, num mínimo de 150 euros, o aumento do subsídio de refeição para 10,50 euros diários, a atribuição do suplemento de penosidade e insalubridade, o respeito pelo gozo integral dos dias de férias e a melhoria das condições de trabalho.
Os trabalhadores que exercem as funções de agentes únicos e das oficinas que exercem a profissão de mecânico viram as carreiras específicas integradas, em 2008, na carreira geral de assistente operacional.

HYT (DD) // RRL
Lusa

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