O PSD acusou o Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC) de se ter demitido num “ato de politiquice partidária para mascarar a negação de auxílio” a um doente.
Num comunicado assinado pelo presidente da Distrital de Évora do PSD, Francisco Figueira, os sociais-democratas relacionaram as demissões com a alegada recusa de socorro do hospital a um homem que se sentiu mal perto da unidade hospitalar, na semana passada.
“Há poucos dias, o país assistiu incrédulo a imagens de um nosso conterrâneo deitado na rua à porta do hospital de Évora”, as quais “causaram comoção geral na comunidade e que não mereceram qualquer comentário do CA da ULSAC”, salientou a estrutura do PSD.
Assinalando que foram “abertos os devidos inquéritos”, o PSD referiu que o CA da ULSAC “decidiu negar ao povo do Alentejo e ao país as explicações que lhe são devidas” e apresentar agora a demissão, “perante a sua própria incapacidade de gestão”.
“Fê-lo, através de um ato de politiquice partidária, para mascarar a negação de auxílio, que todo o país viu em imagens”, argumentou, considerando que os dirigentes demissionários “nem se deram ao trabalho de disfarçar”.
A distrital ‘laranja’ assinalou que, na mesma noite do anúncio da demissão do CA da ULSAC, surgiu um comunicado da Federação de Évora do PS e uma posição pública do ex-ministro do PS Capoulas Santos, “acolitado pelo deputado do PS Luís Dias”.
“Todos articulados para tentar enganar o povo do Alentejo e o país”, sublinhou.
Quanto às obras da futura unidade, o PSD de Évora realçou que a empreitada “está em curso e vai ser concluída”, apesar das “diversas trapalhadas que ficaram de herança do governo socialista e da inoperância do executivo CDU” da Câmara de Évora.
“O Orçamento do Estado para 2025 prevê uma dotação de 153 milhões de euros para conclusão da obra do novo hospital, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, cedeu à nossa Universidade de Évora o terreno para instalação da Escola de Saúde e o curso de Medicina vai avançar em Évora”, acrescentou.
O CA da ULSAC anunciou na quarta-feira à noite, em comunicado, ter apresentado, nesse mesmo dia, a sua demissão em bloco ao Governo invocando divergências em relação à responsabilidade de construção do Novo Hospital Central do Alentejo (NHCA), em Évora.
O CA esclareceu que a renúncia aos cargos “foi motivada, entre outras razões, pelo facto de [este órgão] não se rever na instrução contida” no despacho de 17 de fevereiro da secretária de Estado da Gestão da Saúde relativa à gestão da obra do NHCA.
Esta obra, “após mais de 40 meses de execução, está ainda longe do seu termo, quando estava prevista a sua realização em 30 meses e conclusão durante o ano 2024”, disse o órgão demissionário.
E “a sua previsível conclusão em 2026, ou mesmo 2027, carece de um modelo de gestão diferente do definido, caso contrário vai continuar a acumular custos e atrasos”, alertou.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, a ULSAC esclareceu que a assistência ao homem que se sentiu mal, no passado dia 18, perto do hospital e foi transportado para as urgências pelo INEM, “decorreu dentro do que está estipulado”.
O homem “foi transportado pelo INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] ao Serviço de Urgência Polivalente, no dia 18 de fevereiro, às 11:14, onde foi de imediato triado, observado e avaliado, não tendo sido estabelecido diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, adiantou, acrescentando que o doente teve alta nesse mesmo dia, “sem quaisquer sintomas”.

SM (RRL) // RRL
Lusa

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