Se aquilo que está previsto for cumprido, Elvas vai contar dentro de dias com um novo hotel de 4 estrelas. Conforme foi noticiado no Linhas, está programada para 15 de Fevereiro a inauguração oficial do Vila Galé Casas d’Elvas, a segunda unidade do grupo na nossa cidade, a poucas centenas de metros do Vila Galé Collection.

Como ninguém investe para ter prejuízo, é fácil perceber que a administração liderada por Jorge Rebelo de Almeida não veio gastar mais uns bons milhões de euros na nossa cidade só porque sim ou para fazer favores a quem quer que seja. Significa que há mercado para duas unidades da mesma cadeia, situação nada usual em cidades com a dimensão de Elvas.

É indesmentível que a nossa cidade e concelho dispõem hoje de um conjunto de hotéis, outros alojamentos e restaurantes que a tornam um caso sério em quantidade, qualidade e variedade de propostas. E bastará ver as taxas de ocupação da esmagadora maioria deles para perceber que à oferta corresponde uma elevada procura, tanto de visitantes portugueses como de outras nacionalidades, predominando naturalmente a espanhola. Não quer dizer que esteja tudo bem no que ao sector turístico diz respeito. Pelo contrário. O que não se pode é tomar a árvore pela floresta e cair no exagero de afirmar que nada por estas paragens está bem na matéria em questão e que os concelhos vizinhos é que são bons a promover-se.

Vem isto a propósito de um conjunto de opiniões que li por estes dias nas redes sociais, enaltecendo a presença de Arronches e Alandroal na FITUR, em Madrid, e crucificando Elvas por ter primado pela ausência no certame, um dos maiores do sector no continente europeu. Compreendo naturalmente o desagrado, mas deixem que vos diga que não partilho de todo com essa opinião tão fatalista.

Sendo óbvio que estamos a falar de uma grande montra para quem lá expõe, a FITUR não é, de forma alguma, a única e principal forma de promover uma localidade ou região. Possivelmente os elevados custos de produzir um pavilhão com dignidade, aluguer do espaço e mobilização de staff poderão ser perfeitamente distribuídos por um plano de comunicação e promoção que chegue a muitos outros canais e não se resuma a um certame de meia dúzia de dias. Ou seja, estamos perante uma questão de investimento versus retorno. Sinceramente vos digo que gostava de saber, daqui a algum tempo, quais os efeitos práticos da presença de Arronches e Alandroal na FITUR no que concerne ao incremento de visitas, dormidas e refeições. Arrisco-me inclusivamente a dizer que, face à bem menor oferta turística de ambos os concelhos quando comparada com Elvas, poderemos até beneficiar por arrasto da vinda dos turistas a estas paragens.

Como já escrevi antes – e volto a sublinhar a traço bem grosso -, nada disto invalida que haja muito a fazer pelo turismo em Elvas. E que o facto da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo – tal como anteriormente a Região de Turismo de S. Mamede – não estar a olhar devidamente para nós como seria devido e merecido, condiciona amplamente o trabalho que podia e devia ser feito. Até vos digo mais. Assinaria claramente por baixo a possibilidade do turismo em Elvas ser gerido, como em tempos de antanho, por uma equipa sob a égide do município e na qual tivessem assento representantes dos diferentes players do sector. Como alguém um dia me disse, porque não a Câmara tentar ir buscar um Cristiano Ronaldo ou José Mourinho do turismo para liderar a supracitada equipa e desenhar um plano a curto, médio e mesmo longo prazo. Será naturalmente mais oneroso que uma presença isolada na FITUR, BTL e outros certames do ramo, mas acredito que com resultados bem melhores.

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