
Celebrar 75 anos é um marco extraordinário que resulta da soma de muitos fatores, que não vamos enunciar. Optamos por perspetivar o feito olhando apenas para a idade. E o que vemos? Notamos que tratando-se de uma instituição, a correspondência que possa ser feita com a cronologia de uma vida humana (o parâmetro mais óbvio) não tem comparação possível. Se é certo que na génese do surgimento de um órgão de comunicação social paira a incerteza sobre o futuro, também não deixa de ser verdade que existe a ambição de construir um projeto que sobreviva aos criadores. E já chegámos lá! No momento atual (infelizmente) no seio da equipa que produz o Linhas de Elvas, já não constam os fundadores, mas tão somente os sucessores. São 75 anos, e a substituição de gerações ocorre, a todo o vapor, com os que cá estamos agora a trabalhar e a desejar, que outras gerações nos substituam. Por isso, aos 75 anos não estamos velhos. Estamos maduros, consolidados, com alento e muitas ideias. Então pensámos: vamos puxar ainda mais para junto de nós os nossos leitores. A pretexto da belíssima idade 75, queremos convidar a nossa geração de fiéis seguidores a responder, de 15 em quinze dias, a três questões, cujas respostas são importantes para nos ajudarem a continuar a somar anos, a crescer e a ir de encontro às expetativas e à confiança que depositam em nós.
O segundo convidado de Novembro é Luís Faria.
Luís Miguel Espírito Santo Faria nasceu em Elvas há 58 anos onde cresceu, viveu e estudou até ter entrado no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, em 1985. Depois de concluir os 5 anos da licenciatura em engenharia eletrotécnica, respondeu a um anúncio de emprego que preenchia os requisitos de regressar ao Alentejo e trabalhar na indústria. Rumou então a Portalegre, à Sociedade Corticeira Robinson para, entre muitas atividades, abraçar um projeto que tinha tudo para aliciar um jovem engenheiro estagiário, amante de tecnologia: a mudança dessa secular fábrica para a zona industrial, existente. Passaram 2 anos e esse projeto acabou por ficar suspenso. Assim, em 1992, após adiamento de incorporação, foi chamado a cumprir serviço militar obrigatório, em que esteve a maior parte desse período como aspirante na então Escola Prática de Engenharia, em Tancos. Aí, desenvolveu sobretudo funções técnicas sendo a principal, a fiscalização da empreitada de instalações elétricas dos Paióis Nacionais. Concluída esta etapa em 1993 e estando em princípio de carreira, resolveu regressar a Lisboa.
Ingressou na EPAL como engenheiro da Direção de Manutenção, tendo participado em diversos projetos na especialidade de eletromecânica, com destaque para o Adutor de Circunvalação. Mais tarde, em 1995, em busca de novos desafios de base tecnológica, interessou-se por um setor que estava a desenvolver-se em todo o mundo e sobretudo em Portugal: o setor das telecomunicações móveis. Concorreu e entrou na então TMN (hoje MEO), na equipa que tinha acabado de lançar o conceito inovador pré-pago MIMO. Foram os anos loucos da massificação do telemóvel. Em 2003 complementou a sua formação com uma Pós-Graduação em Gestão, na Universidade Católica. Ao longo de mais de duas décadas liderou equipas de gestão de produto e participou em projetos e em melhoria de processos.
Entretanto, há pouco tempo, aproveitando condições oferecidas pela empresa, resolveu voluntariamente encerrar esse capítulo e fazer uma pausa na carreira para maior dedicação a outros projetos, com especial destaque, à família. É divorciado, pai de uma filha de 21 anos e de um filho de 16 anos.
Apesar de se considerar uma pessoa tímida, preserva e valoriza as verdadeiras amizades com quem gosta de partilhar francas e demoradas conversas.
Vem a Elvas pelo Natal sempre que pode e ao S. Mateus…não falta.

Este podcast conta com direcção de João Alves e Almeida, condução de Ana Maria Santos e Arlete Calais, edição de João Carriço e coordenação comercial de Ana Trigueiro Santos

