O projecto “O Hissope” foi oficialmente reconhecido como sendo de Interesse Cultural pelo Governo português.

Esta distinção valida a relevância artística e patrimonial da iniciativa, ficando também o projecto a estar apto a receber apoios privados ao abrigo do Mecenato Cultural, permitindo que as empresas e entidades que o financiem possam usufruir dos respectivos benefícios fiscais, tal como aconteceu, em 2025, com o projecto cinematográfico RONCA.

Mais do que um poema satírico, “O Hissope” é um documento literário incontornável que reflecte a vida social e religiosa da cidade de Elvas no século XVIII.

Numa época em que Elvas, situada na fronteira com Espanha, detinha uma importância estratégica e cultural considerável, a obra utiliza a antiga Sé de Elvas como palco central da narrativa. É neste espaço sagrado que se desenrola a célebre contenda entre o bispo e o deão sobre quem deveria segurar o hissope, um episódio que serve de mote para uma reflexão profunda, ainda que humorística, sobre a sociedade da época.

Este reconhecimento surge num momento em que o projecto educativo já se encontra em plena execução no terreno.

Numa iniciativa conjunta que une diversas entidades a nível local, o projecto conta com a colaboração dos três agrupamentos de escolas de Elvas, bem como com as parcerias estratégicas do Coletivo Autores de Elvas, da AIAR (Associação de Desenvolvimento Cultural) e do Instituto Politécnico de Portalegre. Realce ainda para o apoio institucional do Município de Elvas, através da Biblioteca Municipal.

O plano de actividades aprovado refere-se a um ciclo bienal (2026/2027) que visa levar a reconhecida epopeia elvense aos jovens de vários ciclos de ensino. O objectivo é promover o conhecimento da obra e, simultaneamente, visitar e valorizar o património material da cidade.

Estas acções educativas culminarão em debates abertos sobre o escritor, a obra e as suas repercussões, tanto na sociedade do século XVIII como na actualidade.

Na vertente artística, prevê-se ainda para este ano a realização de uma residência artística, com o objectivo de desenvolver uma criação teatral, na linha de uma leitura encenada já realizada anteriormente. Esta fase inclui três sessões espalhadas por diversas igrejas de Elvas, servindo de preparação para o grande objectivo final: a dramaturgia integral da obra a apresentar em 2027.

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