Não está a ser fácil chegar a um consenso na atribuição dos cargos do executivo da Junta de Freguesia de Santa Eulália e o impasse pode arrastar-se indefinidamente.
José Picado, eleito presidente da Junta de Freguesia de Santa Eulália nas Autárquicas de 12 de Outubro, no âmbito dos poderes que a lei lhe outorga, convocou uma reunião formal para dia 3 de Novembro, onde apresentou a votação uma proposta para a formação do órgão executivo, para o qual falta eleger o Secretário e o Tesoureiro, e também para o órgão deliberativo, estando por ainda por definir quem irá integrar a Mesa da Assembleia de Freguesia.
A proposta que o presidente lançou para cima da mesa seguiu a lógica do resultado obtido nas eleições, e do total de 7 mandatos disponíveis ( três ganhos pelo Chega, dois pelo Movimento Cívico por Elvas e dois pelo Partido Socialista), José Picado quis eleger dois elementos da sua lista para os lugares de Secretário e Tesoureiro, proposta imediatamente chumbada pelos eleitos pelo PS e pelo Movimento.
Numa segunda sessão, nesse mesmo dia, depois de ter feito uns ajustes nos nomes que propunha pelo Chega, José Picado lançou nova proposta, que voltou a ser chumbada.
Ciente das dificuldades em chegar a uma solução, convocou uma reunião informal para o dia seguinte, 4 de Novembro, afim de lançar uma discussão amigável, apelando ao consenso, numa tentativa de que hoje, 6 de Novembro, cheguem a um entendimento, já que voltou a convocar nova eleição para as 18h00 desta quinta-feira
Ao Linhas de Elvas, José Picado declarou que está disposto a fazer concessões, podendo vir a abrir mão “de um dos lugares” que propõe para o executivo, mas a esperança de que a proposta seja aceite, é frágil, já que, em seu entender, os eleitos pelo Movimento e pelo PS “estão a seguir a linha de entendimento da Câmara e estão coligados, o que significa que entendem que os cargos de secretário e tesoureiro devem ser ocupados por um membro do PS e por um do MCPE”.
Se não houver aceitação, o que poderá acontecer, caso José Picado não ceda em disponibilizar os dois lugares exigidos pelas outras duas forças políticas, é manter-se o impasse, que se pode arrastar indefinidamente, já que “a lei não estabelece um prazo limite para a realização desta votação, nem um número de tentativas de eleição”.
Se tal acontecer, e José Picado suspeita que é a essa a solução que os seus adversários querem chegar, a Câmara Municipal de Elvas pode intervir requerendo a governação administrativa da Junta de Freguesia de Santa Eulália. “Essa é a forma que a Câmara tem para afastar o único presidente eleito pelo Chega”.
Será esse o rumo? Para já trata-se de aguardar os resultados da eleição desta tarde.

