A Escola Superior de Biociências de Elvas (ESBE) assinalou na terça-feira, dia 14 de Outubro, o seu 29.º aniversário de fundação, com uma cerimónia simbólica realizada no Auditório Dr. Nuno Oliveira, nas instalações da escola.

O evento, marcado por um ambiente festivo e de celebração, reuniu direção, docentes, investigadores, alunos, funcionários e várias entidades civis e militares, refletindo o prestígio e a importância crescente que a escola tem conquistado ao longo das quase três décadas da sua existência.

Entre as personalidades presentes destacaram-se o presidente do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), Luís Loures, a diretora da ESBE, Rute Santos, o vice-presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo, e o vereador da Câmara Municipal de Elvas, Cláudio Monteiro.

Vereador da Câmara Municipal de Elvas – Cláudio Monteiro, Presidente do IPP – Luís Loures, Vice-presidente da CCDR Alentejo – Roberto Grilo e Diretora da ESBE – Rute Santos

A cerimónia contou ainda com um momento musical pela “Alentuna” e terminou com um lanche convívio, que proporcionou um ambiente de proximidade entre todos os membros da comunidade académica.

Uma ligação sólida entre a Câmara Municipal e a Escola

Nas declarações prestadas ao jornal “Linhas de Elvas”, o vereador Cláudio Monteiro destacou a importância estratégica da Escola Superior de Biociências para o Município de Elvas, tanto ao nível educativo como no plano económico, social e de desenvolvimento local.

“A Escola de Biociências de Elvas é importante para este Município a vários níveis. Ao nível do desenvolvimento do concelho, da atração de novas pessoas e da afirmação de Elvas na região e no distrito”, afirmou o autarca.

Cláudio Monteiro sublinhou que a construção de um novo edifício para a escola e a criação de novos cursos representam oportunidades para atrair estudantes de todo o país e de outras regiões, consolidando Elvas como cidade universitária.

O vereador lembrou ainda que a Câmara Municipal mantém com a ESBE uma relação “muito amigável, quase familiar”, construída ao longo de 29 anos de cooperação.

Entre as várias formas de apoio destacadas pelo autarca contam-se: “A cedência de equipamentos e infraestruturas, nomeadamente do Ciclo de Santa Luzia; a atribuição de bolsas de estudo e bolsas de mérito aos alunos; a colaboração em eventos como o Festival da Juventude; e a participação conjunta em iniciativas através do Europe Direct, uma valência também integrada na escola e no IPP”.

“É uma relação que sempre deu frutos e que irá continuar a dar frutos. Para a Câmara Municipal de Elvas, estes 29 anos são motivo de orgulho, mas também de responsabilidade em olhar para o futuro”, referiu Cláudio Monteiro, acrescentando que “há muita gente que hoje é elvense por ter estudado e residido aqui”, um exemplo claro do impacto positivo que a escola tem na fixação de jovens e na dinamização da cidade”, disse.

O vereador reforçou ainda a relevância das novas infraestruturas e da segunda residência de estudantes, aberta há cerca de um ano, bem como dos projetos futuros de expansão, que contribuirão para reforçar o papel da ESBE como motor de desenvolvimento na área da educação, inovação e empreendedorismo.

Vereador da Câmara Municipal de Elvas – Cláudio Monteiro

IPP quer acelerar a expansão e garantir condições adequadas

O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Luís Loures, centrou o seu discurso na importância do crescimento sustentável da ESBE e na necessidade de criar melhores condições estruturais para o ensino e a investigação.

O presidente lembrou que o IPP tem sido uma das instituições mais relevantes na atração de jovens para o território, com resultados concretos: “Só este ano foram matriculados mais de 1100 novos alunos, sendo cerca de 80% oriundos de fora do distrito, o que representa um potencial de mais de 800 estudantes a residir na região. Fala-se muito em atrair emprego, fixar jovens e criar oportunidades. Ninguém o faz de forma tão concreta como o IPP e, neste caso, a Escola Superior de Biociências de Elvas”, sublinhou.

Apesar do crescimento, o presidente do IPP apontou limitações sérias nas infraestruturas da escola, que atualmente leciona aulas em vários espaços alternativos da cidade, incluindo o Pavilhão Municipal e o Museu Militar, o que, segundo o responsável, “desenrasca”, mas não proporciona o ambiente académico adequado.

“Queremos continuar a crescer, mas precisamos de condições. A escola não pode expandir-se mais nestas circunstâncias. Precisamos de decisões céleres e eficazes das entidades competentes para avançar com o projeto”, alertou.

O responsável explicou que o projeto de requalificação das antigas instalações do Ciclo de Santa Luzia, onde se prevê a expansão da escola, enfrentou entraves após o concurso público lançado em Maio não ter recebido candidaturas.

Face a esta situação, o IPP realizou ajustes arquitetónicos e financeiros para tornar a proposta mais competitiva e aguarda agora a validação da CCDR Alentejo para poder relançar o processo.

O plano prevê uma empreitada com duração de 14 meses. Idealmente, a obra teria início em Janeiro de 2026, mas, mesmo no melhor cenário, só estaria concluída em Março de 2027.

“Seria extraordinário inaugurar o novo espaço no 30.º aniversário da ESBE, mas vai ser difícil. Ainda assim, o nosso objetivo é garantir que o projeto avançe e que a escola possa, o mais rapidamente possível, oferecer as condições que os seus alunos e docentes merecem”, acrescentou Luís Loures.

O presidente do IPP destacou ainda que o Politécnico cresceu exponencialmente nos últimos seis anos, passando de 15 para 22 licenciaturas, e que o objetivo estratégico é atingir 3.500 alunos no total, com cerca de mil novas matrículas por ano.

Contudo, reconheceu que esse crescimento acarreta desafios: “Temos que dividir alunos por vários espaços porque não temos salas suficientes. Isso representa um encargo para a instituição, por isso temos de ser persistentes e determinados na luta por novas infraestruturas, tal como fomos com as residências estudantis”, concluiu.

Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre – Luís Loures

Diretora da ESBE faz balanço positivo do ano letivo

A diretora da Escola Superior de Biociências de Elvas, Rute Santos, fez um balanço muito positivo do último ano académico, salientando o empenho da comunidade escolar e o bom acolhimento das novas ofertas formativas.

“Este último ano correu bem, de forma muito intensa. Tivemos muito trabalho, mas foi positivo. Houve dificuldades e desafios, como em todos os anos, mas, felizmente, tudo correu bem. As novas ofertas formativas estão a funcionar bem e os alunos estão satisfeitos, que é o mais importante”, afirmou.

Sobre o futuro da instituição, Rute Santos partilhou o desejo de ver o 30.º aniversário da escola celebrado já com as obras de expansão em curso, sublinhando que esse seria um “sonho concretizado” para toda a comunidade académica.

“Seria um sonho comemorar o 30.º aniversário já nas novas instalações. Não sei se será fácil, mas já ficaria muito satisfeita se a obra estivesse em curso nessa altura”, afirmou com otimismo.

Ao longo dos seus 29 anos de existência, a Escola Superior de Biociências de Elvas consolidou-se como referência no ensino superior e na investigação científica no Alentejo, tendo desempenhado um papel determinante na formação de profissionais qualificados, na promoção da inovação e na dinamização da cidade de Elvas.

Com novas ofertas formativas, parcerias institucionais e uma comunidade académica crescente, a ESBE continua a afirmar-se como símbolo de desenvolvimento, empreendedorismo e conhecimento no interior do país.

À entrada do seu 30.º ano, a escola enfrenta desafios significativos, mas também carrega uma ambição clara: continuar a crescer, modernizar-se e servir a região com excelência.

Diretora da Escola Superior de Biociências de Elvas – Rute Santos
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