O Município de Vila Viçosa atribuiu, no passado dia 15 de Agosto, o nome de Francisco Leitão à Praça de Touros de São Romão, numa cerimónia marcada pela emoção e pelo simbolismo, que reuniu população, autarcas, familiares e amigos do homenageado.

A decisão foi tomada por unanimidade na reunião de Câmara de 28 de Maio, na sequência de uma proposta apresentada por um munícipe, e visa homenagear o empresário taurino natural de São Romão, falecido em 2017, aos 48 anos, reconhecido pelo seu contributo para a promoção da tauromaquia.

Francisco Leitão foi um dos gestores da Praça de Touros da Terrugem, fundador e impulsionador do extinto Grupo de Forcados Amadores de Elvas, cidade onde residia, e proprietário de uma praça desmontável que percorreu o país, levando a festa brava a diferentes localidades.

A Autarquia sublinha que esta homenagem reflecte as “fortes tradições tauromáquicas” de Vila Viçosa, que integra a Associação de Municípios com tradição taurina.

“Um grande amigo da sua terra”

No acto, o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Inácio Esperança, destacou o carácter e a paixão do homenageado.

“Francisco Leitão foi, acima de tudo, um amigo da terra. Um grande amigo da sua terra. Sempre lutou e pugnou por ela a muitos níveis. A tauromaquia era uma das suas grandes paixões e não descansou enquanto não trouxe os touros para São Romão”, recordou o autarca, acrescentando que o empresário chegou a organizar corridas com a sua praça desmontável no campo de futebol de São Romão, quando a antiga praça já não reunia condições. “Ele queria realizar aqui uma corrida de touros e realizou duas”, vincou.

Segundo Inácio Esperança, a persistência de Francisco Leitão foi determinante para manter viva a afición na localidade, pois sempre lutou para haver uma praça.

“São Romão era, à época, a terra mais aficionada do nosso concelho e isso perdeu-se um bocadinho porque deixou de ter uma praça para fazer corridas e garraiadas. Hoje recuperou-se um bocadinho essa tradição, esse gosto pela festa brava, graças, obviamente, ao Chico e ao trabalho que ele desempenhou aqui”, afirmou, visivelmente emocionado.

Amigo de longa data de Francisco Leitão, Inácio Esperança lembrou ainda a convivência com o homenageado desde os tempos de estudante. “Frequentámos o Liceu de Vila Viçosa mais ou menos na mesma altura. Ele andava só um ano atrás de mim e, efectivamente, tivemos muita partilha de situações e de vivências”, referiu.

Emoção da família

A cerimónia foi particularmente sentida por Maria José, viúva de Francisco Leitão, e pelos dois filhos.

“Foi uma emoção muito grande. É uma aldeia que me diz muito. Comecei a vir para aqui em 1990, quando comecei a namorar com o Francisco. São pessoas que estão no meu coração”, disse.

Maria José fez também questão de salientar que o legado de Francisco Leitão continua vivo através da praça desmontável que ainda percorre o país.

“Estamos cá, ele está lá e é adorado por todos nós. Temos de continuar a seguir em frente e fica aqui mais esta justa homenagem, com o seu nome perpetuado nesta praça”, concluiu.

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