Na evocação dos 400 anos da canonização da Rainha Santa Isabel, que se comemoram este ano, foi celebrada, no dia 6 de Julho, no espaço “Monforte Sacro”, em Monforte, uma eucaristia solene promovida pela Paróquia de Monforte em parceria com o Município e presidida pelo padre Alexandre Medeiros.
A Câmara Municipal esteve representada pelo presidente Gonçalo Lagem, pelo vice-presidente Fernando Saião e pela vereadora Mariana Mota.
“Monforte Sacro – Painéis de Azulejos do Século XVIII sobre a vida e milagres da Rainha Santa Isabel” é um espaço museológico concebido e gerido pelo Município de Monforte, instalado na Igreja do Espírito Santo, requalificada para esse efeito, onde se conserva o mais completo e original programa iconográfico dedicado à Rainha Santa Isabel.
Trata-se de um acervo azulejar proveniente da Igreja do antigo Convento do Bom Jesus, um dos mais notáveis mosteiros femininos do Norte Alentejo, igreja demolida em 1945/46. É constituído por cerca de 15.000 azulejos setecentistas que revestiam inteiramente a nave da igreja, contendo representações nalguns casos inéditas de milagres e episódios da vida da Rainha Santa.
Canonizada a 25 de Maio de 1625 pelo Papa Urbano VIII, Santa Isabel permanece um símbolo perene de fé, caridade e paz. Nascida em 1271, filha do rei Pedro III de Aragão, Isabel casou-se com o rei D. Dinis de Portugal e tornou-se rainha consorte.
A sua vida foi marcada por um profundo espírito cristão, dedicando-se às obras de misericórdia, à assistência dos mais pobres, à fundação de hospitais e mosteiros e à mediação de conflitos, adoptando o hábito da Ordem Terceira de São Francisco.
Muitas vezes foi apelidada de “anjo da paz”, inclusive por ter impedido guerras entre o marido e o filho, o futuro D. Afonso IV. O milagre das rosas, em que, segundo a tradição, flores apareceram no seu regaço em vez de pães escondidos para os pobres, tornou-se o episódio mais emblemático da sua santidade.
Após a morte de D. Dinis, Isabel retirou-se para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, onde viveu em oração e serviço até à sua morte em 1336.
A celebração dos quatro séculos da sua canonização é uma oportunidade para renovar a devoção àquela que é padroeira da cidade de Coimbra e co-padroeira de Portugal.
Mais do que uma comemoração do passado, este jubileu convida-nos a reflectir sobre o legado espiritual e humanitário da Rainha Santa, cuja vida continua a inspirar actos de caridade, reconciliação e serviço ao próximo.




