O espaço museológico MonforteSacro, em Monforte, acolheu, no passado dia 8 de Junho, o lançamento do livro “Haja Alegria! – A cozinha alentejana a partir das receitas de Maria Rosa Moura”, uma edição da Câmara Municipal, com coordenação de Maria do Céu Moura (filha de Maria Rosa Moura) e textos de Sandra Nobre.

Para além de Maria Rosa Moura, ou Rosinha, como carinhosamente é tratada, e de Maria do Céu Moura, Fernando Moura, também filho de Maria Rosa Moura, e Gonçalo Lagem, presidente do Município, estiveram igualmente presentes, assim como muitos outros familiares, amigos, representantes de vários organismos, entre os quais o vice-presidente do Município e o presidente da Junta de Freguesia de Monforte, Fernando Saião e Pedro Bagorro, respectivamente, e dezenas de pessoas que quiseram testemunhar esta homenagem a Maria Rosa Moura no dia em que celebrou o seu 88º aniversário.

No prefácio da obra, Gonçalo Lagem deixou a seguinte mensagem:

“O mundo, como o conhecemos hoje, passou por substanciais alterações a uma velocidade mirabolante no tempo de vida das atuais gerações.

Se por um lado essa ‘evolução’ nos trouxe, indubitavelmente, longevidade, qualidade de vida, conforto, o avanço da ciência, etc. através das novas tecnologias, também arrumou aquilo que antigamente era mais sagrado e norteava a sociedade nas relações interpessoais e intergeracionais. Falo no encontro, na partilha e na reunião. Este livro é um estímulo para recordar, mas essencialmente para tentar recuperar esse encontro, à boa maneira alentejana, à volta da mesa.

Enquanto presidente de Câmara, é para mim um verdadeiro privilégio e uma grande honra contribuir para perpetuar um património que é a essência e a história das nossas gentes. Este património, o imaterial, é o único que, através das memórias criadas no passado, alavanca o futuro certificando com fidelidade a força identitária.

Existem, hoje, mecanismos e modelos de gestão, que, a serem aplicados, teremos garantias de sucesso assegurado, na gestão autárquica ou empresarial. Mas nunca poderemos descurar o conhecimento do território e seus atores, a paixão das nossas raízes, a humanidade e as emoções.

A ideia de editar este livro vai muito além de legar um conjunto precioso de receitas para que no futuro se possam degustar. Também, mas muito longe de ser apenas isso!

O livro é um tributo, uma homenagem, a uma senhora que ao longo da sua vida foi um exemplo e uma inspiração na sua forma de estar, ser e sentir. Uma ode à sua força de atrair e a quem atraía querer ficar. A sua bondade, o seu olhar meigo e doce, que sempre cuidou e deu colo a inúmeras pessoas. O sorriso transparente, mas, acima de tudo, a elegância da alma. A Dona Rosinha aprendeu e interpretou a cozinha alentejana, que é caracterizada pela simplicidade, e transformou-a em requinte. Conferiu-lhe afeto e generosidade e tocou todos os corações dos que com ela se relacionaram.

Temperos e saberes de época, tradição, usos e costumes, segredos bem guardados que passaram de geração para geração, nas caçadas, na Páscoa, no Natal, na casa agrícola, na família que sempre protegeu e defendeu. Sempre ouvi dizer e vivi a consensualidade da Dona Rosinha.

Sempre ouvi dizer e algumas vezes comprovei o seu talento culinário, que, agora, graças ao desafio aceite dos seus filhos, Céu e Fernando, e ao profissionalismo de Sandra Nobre, oferecemos a todos quantos queiram entrar neste mundo da gastronomia identitária alentejana e na beleza da alma da Dona Rosinha”.

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