Uma sondagem internacional da consultora norte-americana Morning Consult revelou uma queda no índice líquido de favorabilidade global dos Estados Unidos para -1,5 – enquanto o da China subiu para 8,8 – evidenciando um declínio na imagem externa de Washington e colocando em foco as suas políticas comerciais protecionistas.

O diretor da Morning Consult classificou o resultado como “um golpe no poder brando dos EUA”, sinalizando uma tendência crescente de descontentamento internacional face às políticas de Washington, nomeadamente no domínio económico e comercial.

Desde o início do ano, os Estados Unidos têm adotado sucessivas medidas tarifárias que suscitaram críticas generalizadas. A mais recente ocorreu no passado dia 4 de maio, quando o governo norte-americano anunciou o aumento das tarifas sobre as importações de aço e alumínio, duplicando-as de 25% para 50%. Estas decisões têm sido alvo de condenação internacional, inclusive por afetarem diretamente aliados estratégicos dos EUA.

Dados do American Iron and Steel Institute indicam que os principais fornecedores de aço ao mercado norte-americano são o Canadá, o Brasil, o México, a Coreia do Sul e o Vietname. Em contrapartida, as exportações chinesas de aço e alumínio para os EUA representam apenas cerca de 10% do total, o que minimiza o impacto direto destas medidas sobre Pequim, mas amplia os prejuízos junto de parceiros históricos.

Diversos analistas observam que os custos destas tarifas são, na prática, transferidos para os consumidores norte-americanos, agravando os preços internos e gerando instabilidade nos mercados. Órgãos de comunicação ocidentais afirmam que os EUA “estão a desperdiçar o capital estratégico acumulado desde a Segunda Guerra Mundial”, ao insistirem em abordagens unilaterais e punitivas.

Simultaneamente, Washington tem adotado uma postura contraditória ao violar consensos anteriormente alcançados em negociações económicas e comerciais com a China – como as que ocorreram recentemente em Genebra – enquanto intensifica acusações e medidas de contenção, o que gera fraturas adicionais no sistema de comércio global.

Face a este cenário, cresce entre os países a perceção de que o princípio do “America First” conduz a desequilíbrios económicos e tensões geopolíticas. Para muitos, a resposta reside na união, na construção de capacidades autónomas e na cooperação baseada em benefícios mútuos, como forma de salvaguardar interesses nacionais e promover um desenvolvimento mais equilibrado a nível global.

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