Na passada quinta-feira, uma semana após a publicação em papel, o Linhas de Elvas colocou online na sua página oficial do Facebook o meu texto das Linhas Soltas da anterior edição do jornal. Como muitos leitores deverão estar recordados, deixei então sob o título “Tomar a árvore pela floresta” a minha opinião sobre algumas questões relacionadas com o turismo local.
Nos comentários à publicação houve quem tenha afirmado que eu teria feito uma espécie de “frete” ao Município por ter desvalorizado a ausência de Elvas na FITUR, em Madrid. Não retiro uma vírgula à minha opinião e aproveito para dizer que aqueles que assim opinaram, parecem só ter lido essa passagem e também eles, em relação ao meu escrito, tomaram claramente… a árvore pela floresta.
Então não é verdade que eu afirmei que em Elvas “há muito a fazer pelo turismo” e defendi que a Câmara deveria avançar para a criação de uma Comissão Municipal para o sector, de preferência liderada por um expert na matéria? É isto que, por norma e princípio, costumo fazer quando emito uma opinião, apontando caminhos que, no meu entendimento, poderão ser soluções para os problemas existentes.
Julgo que a maioria dos elvenses me conhece suficientemente bem para saber que não ajo em função de interesses pessoais e que aquilo que me move é a paixão por esta terra onde nasci, vivo e onde em princípio irei morrer. Estou, pois, de consciência tranquila e jamais me coibirei de emitir as minhas opiniões, premissa que desde logo tive em conta ao aceitar o convite do João Alves e Almeida para regressar às páginas do Linhas.
Sou o mesmo João Fernando Vinagre que, por exemplo, sugeriu em 2019 aos então responsáveis pela autarquia que Elvas acolhesse o Festival RTP da Canção, o que efectivamente viria a acontecer em Março do ano seguinte. Como também sempre defendi publicamente a concessão do Coliseu a uma empresa promotora de concertos e outros espectáculos, o que recentemente se concretizou.
Mas os exemplos não ficam por aqui, pois também vinha defendendo de há um tempo a esta parte que Elvas servisse de cenário a uma novela televisiva, o que muito em breve irá acontecer com “A Protegida”, na TVI. É, afinal, uma forma de promover a nossa cidade em termos patrimoniais, culturais e turísticos, com um futuro retorno que, acredito, terá muito maior impacto directo no número de visitantes que a participação num determinado certame do sector, por mais importante que ele seja.
Para que conste, respeito toda e qualquer opinião contrária à minha. Até porque, como se sabe, é da discussão que nasce a luz.
Agora o que não posso aceitar é que seja posta em causa a minha honestidade intelectual e a boa-fé que ponho naquilo que afirmo, ainda para mais quando alguns comentários vêm de pessoas que penso conhecerem-me bastante bem.
Escolhi o título do filme brasileiro de sucesso “Ainda Estou Aqui” para encimar este meu apontamento semanal. Eu também estou e estarei aqui enquanto sentir que a minha intervenção é válida, útil e construtiva.
Elvas merece o nosso melhor.
Artigo publicado na edição impressa de 13 de Fevereiro
