Um centro interpretativo dedicado ao médico e botânico Garcia de Orta deve ser inaugurado em Setembro em Castelo de Vide, após um investimento que ronda os dois milhões de euros, foi hoje anunciado.
O Centro Interpretativo Garcia de Orta, um projeto desenvolvido pelo município, vai surgir nas instalações do antigo balneário termal de Castelo de Vide.
O presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, em declarações à agência Lusa, indicou que o espaço museológico dedicado ao cristão-novo natural daquela vila alentejana deverá ser inaugurado, “em principio”, no dia 19 de Setembro.
“A expectativa é muito grande de poder ter um espaço que possa contribuir para o território, para a região, e para que Castelo de Vide possa ter ainda mais motivos de atração, mais consolidados, mais robustos”, disse.
A área de museologia é da autoria de Teresa Nobre de Carvalho, estando o espaço dividido em duas alas: uma dedicada à vida de Orta na Europa e a outra em Goa, na Índia.
De acordo com o município, a museografia está a cargo do Atelier Luís Afonso de Carvalho.
Apesar de o centro de interpretação – no edifício principal – ter o nome desta figura do século XVI, o edifício anexo irá acolher uma exposição permanente onde se vão destacar as memórias do imóvel, de traça Korrodi.
Nesse espaço vai ser dada ênfase à importância das termas, que foram o “primeiro cartaz turístico” de Castelo de Vide, bem como ao valor das águas, que “são abundantes” naquela região.
Destacando o papel de Garcia de Orta ao longo da sua vida, António Pita revelou ainda que o projeto conta com um investimento que “ronda os dois milhões de euros”.
Garcia de Orta nasceu em 1501, em Castelo de Vide, tendo os seus pais sido expulsos de Espanha em 1942 pelos reis católicos por serem judeus.
Em 1568, morreu de sífilis, em Goa, e, embora nunca tenha tido diretamente problemas com a Inquisição, em 04 de dezembro de 1580 os seus ossos foram desenterrados e queimados em auto de fé juntamente com exemplares de um livro que escreveu.
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