A Câmara de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, pediu um reforço do policiamento da GNR e da fiscalização da ASAE para fazer face a furtos recorrentes de melão e melancia nos campos agrícolas do concelho.
Os agricultores “já não aguentam mais isto, estão a entrar em ‘stress’ com esta recorrente situação e pedem ajuda e é necessário que as autoridades competentes intervenham”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente do município, Luís Pita Ameixa (PS).
Assinalando que, por esta altura, decorre a colheita de melão e melancia, o autarca argumentou que os agricultores estão preocupados perante “indivíduos ou grupos de indivíduos que atacam os meloais, roubando e destruindo”.
“As pessoas veem o fruto do seu trabalho ser roubado e estão já a tomar medidas próprias no sentido de irem para as terras e alguns até de dormirem lá para tentar defender os seus haveres, os seus bens, a sua produção”, referiu.
Segundo Pita Ameixa, que não soube precisar o número de furtos de melão ou melancia até agora ocorridos no concelho, os responsáveis “vendem depois no mercado negro, de forma ambulante ou a recetadores”.
Perante a situação, indicou, a câmara realizou uma reunião do Conselho Municipal de Segurança, que contou com a participação de agricultores e na qual ficou decidido “pedir reforço às entidades” responsáveis pelo policiamento e fiscalização.
“Eu pedi aos ministros da Agricultura e da Administração Interna o reforço dos meios de segurança junto destes campos agrícolas, nomeadamente através das forças de segurança”, revelou o presidente do município.
O autarca lembrou que já existe um reforço de fiscalização e de segurança durante a apanha da azeitona, defendendo que esse programa “tem dado algum resultado” e que um idêntico “para esta época do melão e da melancia também seria talvez útil”.
Pita Ameixa disse ter também comunicado à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a necessidade do “reforço de fiscalização deste tipo de vendas”, assinalando que, além do mais, pode estar em causa um problema de saúde pública.
“Essa fruta tem tratamentos fitossanitários”, que obrigam a “tempos e margens de segurança” antes de ser vendida, mas as regras daquela que é furtada “não são respeitadas”, porque “quem rouba não respeita nem conhece as margens de segurança”, alegou.
Nesta altura, em Ferreira do Alentejo, de acordo com o presidente da autarquia, abundam os terrenos em que são produzidos melões e melancias e “muitas dezenas de pessoas” dedicam-se a esta atividade.
“Alguns [agricultores] têm um bocadinho de terra, outros arrendam as terras só para este período e há um ou outro de maior dimensão, mas a maior parte é pequenas áreas e alguns têm várias de três ou quatro hectares em sítios diferentes”, acrescentou.

SM // RRL

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