A adesão à greve de hoje dos trabalhadores não docentes das escolas de Portalegre para reivindicar o reforço de profissionais ronda os 80% e obrigou ao encerramento de alguns estabelecimentos de ensino, segundo fonte sindical.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), entre as 07:00 e as 24:00 de hoje, e abrange um universo de “150 assistentes operacionais”.
Em declarações à agência Lusa, Ana Nóvoa, do STFPSSRA, indicou que a “adesão à greve ronda os 80%” e obrigou ao encerramento de “três escolas primárias e uma secundária” na cidade de Portalegre e de “duas escolas primárias” nas freguesias deste concelho alentejano.
A adesão, explicou a dirigente sindical, significa que os profissionais “estão bastante cansados e que precisam de mais trabalhadores [para fazer face ao] aumento do número de alunos, também devido ao fluxo de migração”.
“O rácio não acompanha estas entradas e também não acompanha as crianças com multideficiência, situações muito específicas, em que os trabalhadores quase que têm de trabalhar” em exclusividade com o menor, precisou.
Em comunicado, a estrutura sindical defende a revisão da “portaria de rácios” para “permitir a contratação de mais trabalhadores não docentes”.
“São necessários mais assistentes operacionais a trabalhar diretamente com as crianças e não na secretaria ou em trabalhos no exterior”, acrescentou Ana Nóvoa.
A greve ficou marcada por uma concentração esta manhã, junto à escola Mouzinho da Silveira, seguida de um desfile até ao edifício da câmara municipal, que contou com a participação de cerca de 30 trabalhadores não docentes.
Durante a ação, elementos do grupo foram recebidos pela vereadora com o pelouro da Educação na Câmara de Portalegre que, durante o encontro, aludiu para “o número elevado de baixas” médicas, assegurou a dirigente sindical.
“Se a vereadora nos diz que estão 25 pessoas de baixa, mais umas cinco ou seis em mobilidade, perdemos logo um quarto dos trabalhadores”, referiu.
Para a dirigente sindical, são necessárias “estratégias”, como a “colocação de mais trabalhadores”, para contornar a situação que se deve “à exaustão” dos profissionais.
A paralisação dos assistentes operacionais serve igualmente para exigirem intervenções nos refeitórios escolares onde identificam “várias lacunas” que dificultam o seu normal funcionamento.
A agência Lusa tentou contactar a presidente da Câmara de Portalegre, Fermelinda Carvalho, sem sucesso.
No entanto, na segunda-feira, em declarações à Lusa, a autarca explicou que, desde que o município assumiu as competências na área da Educação, tem “cumprido” os rácios referentes ao número de trabalhadores não docentes.
“O problema é que há muita gente de baixa [médica] e nós vamos tentando colmatar essas falhas com as disponibilidades que temos, mas que não são ilimitadas”, disse.

HYN (HYT) // VAM
Lusa

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