O PCP quer ouvir no parlamento o secretário de Estado das Infraestrutura, Frederico Francisco, sobre o processo de recuperação e compensação das perdas decorrentes das intempéries de dezembro no distrito de Portalegre, foi hoje divulgado.
Através de um requerimento, consultado pela Lusa, os comunistas referem que o levantamento dos prejuízos apurou um valor global de 65,3 milhões de euros só no distrito de Portalegre, depois de as cheias e inundações terem causado danos em habitações, atividades económicas, equipamentos municipais, infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, entre outros.
No final de junho, o grupo parlamentar do PCP também já tinha apresentado um requerimento para ouvir no parlamento a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sobre o processo de pagamento de apoios pelos prejuízos, dizendo que “muito está ainda por resolver”.
O requerimento agora apresentado pelos deputados Bruno Dias e João Dias para ouvir com “caráter de urgência” o secretário de Estado das Infraestruturas foi enviado ao presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, Afonso Oliveira.
“No dia 19 de dezembro o grupo parlamentar do PCP esteve presente nos locais onde ocorreu a destruição de equipamentos e infraestruturas nos diversos concelhos do distrito de Portalegre, tendo manifestado a necessidade que de forma célere se procedesse ao apuramento dos prejuízos e que se iniciasse rapidamente o processo de recuperação e ressarcimento das perdas que se verificaram”, recordam.
No entanto, concluem, passados sete meses “muito ainda está por resolver, ainda existem várias estradas cortadas à circulação”.
“Promessas e anúncios não têm faltado, no entanto as autarquias e a população foram deixadas à sua sorte, assumindo prejuízos para os quais não tinham verba”, criticam, acrescentando que estão a agravar-se as desigualdades territoriais.
Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início deste ano, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações, e dezenas de desalojados. Em Algés, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), foi registada uma morte.
O Governo declarou como “ocorrências naturais excecionais” as cheias e inundações que atingiram vários concelhos em dezembro e janeiro, tendo sido publicados em fevereiro no Diário da República os critérios para atribuir apoios a municípios, empresas, entidades e famílias afetadas.
Ana Abrunhosa disse em maio que os municípios reportaram 131 milhões de euros (ME) de prejuízos e pediram apoios de cerca de 60 ME por causa dos incêndios e inundações de 2022 e janeiro, que estavam em fase final de análise.
De acordo com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, foram ainda 32 as candidaturas submetidas por empresas, que poderiam representar no máximo um apoio total de 747 mil euros.

HYT (SMA/RCP) // ROC
Lusa

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Actual

Veja também

Emergência em Vila Viçosa exige transporte aéreo para Lisboa

Hoje, pelas 12h49, os Bombeiros de Vila Viçosa foram acionados pelo CODU para prestar auxí…