O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) considera “lamentável” que cinco meses após as cheias e inundações ocorridas em Dezembro de 2022, as populações de diversos concelhos do distrito de Portalegre continuem a confrontar-se com “inúmeros problemas”, tanto ao nível da mobilidade, atendendo às pontes e estradas que continuam intransitáveis, como ao nível da recuperação das suas casas de habitação e empresas, no caso de Campo Maior.
Na sequência do “Roteiro Ecologista” sobre a água e o seu ciclo, realizado na passada segunda-feira, dia 22 de Maio, a delegação da direcção nacional do PEV, que percorreu os concelhos afectados pela intempérie, teve a oportunidade de verificar o estado da situação e de ouvir autarcas e população e, como tal, decidiu solicitar uma reunião às Infraestruturas de Portugal (IP), entidade responsável pela reposição das estradas e pontes ainda intransitáveis, como é o caso da ponte romana de Fronteira, a ponte de Figueira e Barros, em Avis, ou a Estrada Nacional 243, que liga Fronteira a Monforte.
“A reposição desta rede viária, da responsabilidade da IP, é urgentíssima, atendendo aos incómodos que a situação actual traz para a população. Incómodos derivados não só do aumento do tempo em deslocações como também do aumento dos custos em combustível decorrentes do alongamento dos percursos”, refere o PEV.
Em Monforte, a rede viária municipal afectada já foi toda recuperada pela Autarquia, tendo, no entanto, esta reparação representado um “enorme esforço financeiro para um pequeno Município” que deve ser, no entender do PEV, “urgentemente compartilhado pela administração central”.
Em Campo Maior, a delegação do PEV, acompanhada pelos eleitos locais da CDU, entre os quais a vereadora Fátima Vitorino e o dirigente do PEV Pedro Reis, líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal, ficou “chocada” ao ser informada pelas pessoas afectadas que passados esses cinco meses a Autarquia, depois de um primeiro levantamento dos estragos, “só há poucos dias voltou a contactar os moradores, continuando muitas das casas com situações precárias de habitabilidade”. Para as empresas foi aberta uma candidatura ainda a decorrer, que “não cobre a totalidade dos estragos”.
“Os eleitos da CDU voltarão a insistir com a Câmara Municipal para que esta assuma as suas responsabilidades com os moradores e tome medidas adequadas para prevenir novas situações”, acrescenta o PEV em comunicado.
Neste “Roteiro Ecologista” foi ainda abordado com a Câmara Municipal de Avis os problemas da qualidade da água da albufeira do Maranhão, tendo “Os Verdes” decidido solicitar uma reunião à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entidade responsável por esta questão, que tem “fechado os olhos às violações ao Plano de Ordenamento da Albufeira, com a plantação de olival superintensivo até às margens da mesma”.
O Município de Avis, que pela sua parte já tomou todas as medidas ao nível de saneamento para não afectar as águas da albufeira, “é muito prejudicado por esta situação, atendendo à importância que a barragem do Maranhão desempenha na atividade económica do turismo deste concelho, localizado no distrito mais despovoado do país”.



