Em comunicado enviado à redacção do Linhas de Elvas, a Câmara Municipal refere que “o Conselho Municipal de Segurança reuniu esta quarta-feira, dia 10, pela manhã nos Paços do Concelho, para analisar alguns temas, entre eles os índices de segurança no concelho.

Nesta matéria foi feita uma análise por parte das forças de segurança presentes, nomeadamente a PSP e a GNR, sobre a situação no concelho no ano de 2022.

O comissário da PSP, Rui Massaneiro, abordou a questão sociodemográfica que tem-se verificado no Centro Histórico, com a vivência dos residentes, onde tem havido desconforto na paz e tranquilidade de quem aqui vive, pela integração de pessoas com hábitos e costumes diferentes, o que tem gerado “reclamações sobre estas situações, aos quais a PSP acorre, com a deslocação de efetivos e tramitação processual inerente, sempre que é solicitado”.

Neste âmbito, e já falando de estatísticas, o comandante da Divisão Policial de Elvas da PSP referiu que houve uma “manutenção nos índices da criminalidade participada, bem como na criminalidade violenta/grave”, fazendo comparação em relação ao ano pré-pandemia de 2019.

Para além disso, sublinhou ainda que devido ao esforço operacional realizado, tem-se verificado um aumento da criminalidade, “nem sempre associado a fatores negativos, mas sim ao nosso reforço da atividade, com mais ações, mais presente na rua, num aumento da proatividade dos nossos efetivos”.

Rui Massaneiro enunciou ainda que os crimes mais registados têm a ver com a condução sob o efeito do álcool, violência doméstica e ameaça ou coação, tendo realizado no ano de 2022, 313 operações.

Em termos de furtos houve uma “redução de 42% e na violência grave de 30%”, tendo a “atividade policial tido um aumento de 35% no número de detenções”, sendo ainda de salientar que ao longo do ano foram realizadas ações de sensibilização em diversas áreas.

No que respeita à GNR, o comandante José Fanico, do Posto Territorial de Elvas, referiu ter existido um aumento na “criminalidade contra o património”, nomeadamente furto de metais não preciosos, também em resultado das obras em curso na ferrovia, bem como de processos de violência doméstica e burlas informáticas, “sendo os dados muito semelhantes ao verificados no ano de 2019”.

O militar abordou ainda a questão dos postos de atendimento da GNR em Vila Boim e Santa Eulália, que também tem suscitado algumas situações.

O comandante sublinhou ainda estar previsto um reforço dos efetivos, o que “não houve durante algum tempo por não se ter realizado formação de praças”.

O presidente da Câmara Municipal de Elvas, comendador José Rondão Almeida, na sua intervenção referiu que “imputo à Câmara Municipal de Elvas a responsabilidade total pela situação que se vive no Centro Histórico, nos últimos 10 anos, em algumas artérias da nossa cidade”.

O presidente referiu que era “obrigação dos serviços ter atuado, e podiam ter evitado o que tem vindo a acontecer”, uma vez que foram “ocupadas casas sem condições de habitabilidade, de forma ilegal”, em “situações que o Município deveria ter dado indicações para a demolição, recuperação e não foi feito” e “cujo resultado está hoje à vista de todos”.

Rondão Almeida adiantou ainda que “está a ser feito o levantamento exaustivo de todas as situações que acabei de referir” e que deve ser dada informação pública aos proprietários sobre “em que condições podem os inquilinos e proprietários ocupar uma casa”.

Na sessão intervieram ainda os representantes dos agrupamentos de escolas para sublinhar “o apoio e disponibilidade das forças de segurança, nomeadamente através do projeto Escola Segura, que permitiu reduzir a criminalidade em ambiente escolar”, tendo ainda sido referidas as ações de formação realizadas, em diversas áreas, para a comunidade escolar e que permitem sensibilizar para diversos temas.

Destacada ainda a tendência dos números estatísticos do concelho, que vão de encontro ao que se verifica no conjunto do país.

Nesta sessão os elementos presentes tomaram posse, tendo sido aprovado o Regulamento do Conselho Municipal de Segurança, com a inclusão de todos os Agrupamentos de Escolas do concelho”.

Criminalidade registada pela PSP e GNR aumentou nos quatro primeiros meses do ano

A criminalidade registada pela PSP e GNR nos quatro primeiros meses do ano subiu face ao mesmo período de 2022, segundo dados hoje apresentados por aquelas forças de segurança, que destacam o aumento de crimes cometidos com armas.
Numa cerimónia que decorreu no Ministério da Administração Interna (MAI), em Lisboa, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública apresentaram os resultados operacionais referentes aos meses de janeiro a abril deste ano.
Enquanto na área da GNR, a criminalidade geral aumentou cerca de 12% face ao mesmo período de 2022, ao registar 51.939 crimes (mais 5.556) a PSP contabilizou uma subida de 10,5% (mais 5.451 crimes).
De acordo com a PSP, a criminalidade violenta e grave também aumentou 2,3% nos primeiros quatro meses do ano (mais 68 crimes) em relação ao período homologo de 2022, tendo registado esta polícia, que tem como área de intervenção os centros urbanos, uma subida de 8,8% (mais 106) dos crimes de delinquência grupal e de 32,5% (mais 64) dos crimes relacionados com a delinquência juvenil.
Também a criminalidade grupal e delinquência juvenil registada pela GNR aumentou 25% entre janeiro e abril deste ano face ao mesmo período de 2022, ao contabilizar 1.329 crimes (mais 269).
Pedro Moura, da direção nacional da PSP, disse que, entre a criminalidade geral, os crimes com mais peso foram na burla informática e nas comunicações (mais 1.127), outras burlas (mais 1.180), furto de oportunidade (mais 449) e ofensas à integridade física voluntária e simples (mais 445).
Os crimes que mais aumentaram no âmbito da criminalidade violenta e grave foram o roubo por esticão (mais 134), outros roubos (mais 49), extorsão (mais 35) e resistência e coação sobre funcionário (mais 39), precisou Pedro Moura.
Aquele responsável explicou que os principais fatores que influênciam a evolução da criminalidade foram a pandemia covid-19, consumo de droga, intensidade da violência usada para cometer crimes, radicalização social e a crise e inflação.
A PSP aumentou ainda em 11% o número de detenções e em 3,2% os crimes detetados no âmbito da proatividade policial.
Pedro Moura enumerou o tráfico de droga e a desobediência como os crimes que subiram devido ao aumento da atividade policial.
Também Pedro Oliveira, diretor do departamento de operações da GNR, justificou a evolução da criminalidade nos quatro primeiros meses do ano com o período pós-pandémico, guerra da Ucrânia e a inflação.   
A GNR registou também naquele período 827 crimes relacionados com droga (mais 233) e 9.106 crimes em ambiente rodoviário (mais 1.489) e 1.235 crimes por incêndio florestal (menos 232).
Pedro Oliveira sublinhou ainda que a GNR tem registado “no dia-a-dia um maior número de utilização das armas brancas e de fogo”, mas não dispõe de dados estatísticos sobre crimes com o uso de armas porque se trata da competência da Polícia Judiciária.
Também Pedro Moura frisou que a PSP tem a perceção que há mais crimes cometidos com recurso a armas brancas e de fogo.

CMP // ZO

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