Os trabalhadores da Agência Lusa anunciaram, esta terça-feira, que avançarão para quatro dias de greve em junho – entre os dias 9 e 12 – e para outros quatro em agosto (entre os dias 3 e 6), durante a Jornada Mundial da Juventude, avançou o Diário de Notícias. Os trabalhadores da agência noticiosa, que já tinham parado durante quatro dias entre o final de março e o início de abril, reivindicam aumentos salariais.
“Os trabalhadores da Agência Lusa decidiram hoje, em plenário, avançar para quatro dias de greve em junho, nos dias 9, 10 (feriado), 11 e 12 de junho, e outros quatro dias em agosto, nos dias 3, 4, 5 e 6, durante a visita do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, para exigirem aumentos salariais condignos”, lê-se num comunicado divulgado esta terça-feira.
“Os trabalhadores reivindicam um aumento de apenas 100 euros no salário base, para fazer face a 12 anos sem aumentos, ou seja, menos de 10 euros por cada um dos 12 anos”, lê-se. O texto refere ainda que a administração da empresa “não foi além de uma proposta de 74 euros”.
O comunicado garante que os trabalhadores “não baixam os braços” e que “continuarão em força na luta por salários que respeitem e valorizem o trabalho que fazem diariamente, num momento em que cada vez mais é necessário ter jornalismo de qualidade”. O Governo é instado a intervir, uma vez que o Estado detém a maioria do capital da empresa.
Ministro fez declarações “ofensivas”
Os trabalhadores consideram ainda que as declarações feitas pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva na semana passada, no Parlamento, são “ofensivas”, por terem dado a entender que os jornalistas da Lusa “são uns privilegiados por terem salários médios acima do setor”. O comunicado lembra que o meio jornalístico está hoje “depauperado”, sendo comuns os “salários indignos” e a precariedade.
A 12 de abril, Adão e Silva argumentou que a proposta da administração da Lusa “é melhor” do que as dos grupos privados de comunicação social. “Não estou a dizer que é bom, gostava imenso de aumentar mais os salários em todas as empresas e entidades que tutelo, mas há um equilíbrio a alcançar entre aumentos e sustentabilidade da empresa”, acrescentou, na altura, o ministro.