Francisco Guerreiro tentou hoje surpreender os sprinters no final da terceira etapa da Volta ao Alentejo em bicicleta, mas teve o ‘azar’ de ‘levar na roda’ o rápido Cyril Barthe, que se impôs em Estremoz e chegou à amarela.
O ciclista da Efapel ‘detetou’ uma hesitação no pelotão a um quilómetro da meta e lançou-se para a frente da corrida, levando consigo o francês da Burgos-BH, que, fazendo valer a sua maior aptidão para o sprint, bateu o jovem português de 22 anos, com o pelotão, encabeçado por Orluis Aular (Caja Rural), a passar o risco nas ‘costas’ do duo, com as mesmas 04:29.51 horas.
Vencedor de duas etapas na Volta a Portugal do Futuro (2017) e de uma no Troféu Joaquim Agostinho (2018), Barthe voltou hoje a demonstrar que Portugal é o seu lugar feliz, culminando com êxito uma jornada irrepreensível da equipa espanhola, que viu a combatividade do seu coletivo recompensada com o primeiro lugar da geral do francês de 27 anos.
“Tentámos desde o princípio endurecer a corrida. Houve sempre alguém da equipa na frente. Tivemos dois fugitivos, o que foi perfeito para nós, porque pudemos limitar-nos a ‘ir na roda’. A equipa fez um trabalho de grande qualidade para mim, protegeram-me sempre do vento para eu poder sprintar. E no final, a um quilómetro da meta, pude arrancar com um ciclista da Efapel, e ganhei”, descreveu o novo líder da geral, que destronou o norte-americano Luke Lamperti (Trinity), agora segundo a sete segundos.
A jornada ‘amanheceu’ cinzenta em Vendas Novas, com uma chuva ténue a assinalar a partida do pelotão para os 191,4 quilómetros até Estremoz. Na jornada mais longa da 40.ª edição, a fuga tardou em formar-se, sendo preciso esperar pelo quilómetro 51 para Clément Alleno (Burgos-BH) se distanciar finalmente do pelotão, já depois de Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor) ter amealhado pontos para segurar por mais um dia a camisola da montanha.
Miguel Fernández, também da Burgos-BH, e Carlos Álvarez (JV Perfis Windmob) seguiram-lhe no encalço, acabando por juntar-se ao francês aos 67 quilómetros.
O ritmo alto da primeira hora de prova, cumprida a 46 km/h, pareceu ‘adormecer’ a Trinity de Lamperti, que permitiu aos fugitivos alcançarem uma vantagem superior a cinco minutos.
Já depois de a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua se ter juntado à equipa britânica na perseguição, Álvarez abdicou da fuga, deixando o duo da Burgos-BH isolado na frente, com uma vantagem próxima dos dois minutos a pouco mais de 40 quilómetros da meta.
Primeiro a assumir a frente da corrida, Clément Alleno foi o último a resistir, numa altura em que Orluis Aular já andava a amealhar segundos de bonificação na meta volante de Redondo, acabando por ser alcançado já dentro dos derradeiros 6.000 metros da tirada.
Na rápida aproximação a Estremoz, os ‘comboios’ dos sprinters hesitaram e o valoroso Francisco Guerreiro atacou.
“A um quilómetro, houve uma hesitação por parte das equipas e tentei a minha sorte de longe. Arranquei, fui sempre ao máximo até aos últimos 500 metros. Quando olhei para trás, tínhamos uma boa vantagem e reparei que o ciclista da Burgos vinha na minha ‘roda’. Nos últimos 200 metros, tentei respirar um bocado, arranquei, mas ele estava mais forte e ganhou”, descreveu à Lusa.
Logo atrás do irmão mais novo do ‘internacional’ Ruben Guerreiro (Movistar) chegou o pelotão, com o campeão em título a ser melhor do que o seu compatriota Leangel Linarez (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) na luta pelo terceiro lugar. Assim, o venezuelano da Caja Rural subiu ao último degrau do pódio da geral, a nove segundos de Barthe.
“É complicado, mas vamos dar tudo”, prometeu o novo líder da ‘Alentejana’, em declarações à Lusa, antecipando a defesa da amarela na jornada mais dura da 40.ª edição: no sábado, a quarta etapa vai ligar o Crato a Castelo de Vide, ao longo de 148,2 quilómetros, com cinco contagens de montanha (a primeira de segunda e as restantes de terceira) já nos derradeiros 70 quilómetros, a última das quais a menos de 20 da meta.

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