João Grilo, presidente da Câmara Municipal de Alandroal

“Perdemos o Homem e o Amigo, fica o legado, o exemplo e a gratidão.

Não se podia pedir mais a Rui Nabeiro em tudo o que fez como empresário, pelo Alentejo e pelo país, mas sobretudo, como inspirador de que a boa liderança se pode fazer com simplicidade, empatia, proximidade e solidariedade. Que se pode ser bom para as pessoas e ao mesmo tempo chegar mais longe que os outros.

Nunca recusou um apoio ao Alandroal, que considerava como seu.

Também a ADRAL muito lhe deve, como um dos principais accionistas e inspirador das nossas acções. É com profundo orgulho que a nossa futura aceleradora de empresas ostentará o seu nome.

A título pessoal, lamento profundamente a partida de um grande amigo que sempre me apoiou no percurso político que nunca pensei ter, mesmo no momento mais difícil de Março de 2009, em que todos as portas se fechavam para a ideia louca de mudar um concelho. Se a dele se tivesse fechado, muito provavelmente não estaria aqui hoje com profundo orgulho de ocupar o cargo que os meus munícipes me têm atribuído.

Devo-lhe o compromisso de, a uma escala muito menor, lhe seguir o exemplo em tudo.

Condolências e toda a família.

Até sempre, Sr. Rui”.

Partido Socialista

O PS enalteceu hoje o legado de “inspiração visionária com base na generosidade” deixado pelo empresário Rui Nabeiro, comprometendo-se a honrar “a sua memória de dinamismo e solidariedade”.

“Portugal acordou hoje com a dor da perda de uma das suas mais acarinhadas referências, destacado e singular impulsionador económico e social”, lamentou o PS, numa nota de pesar enviada à agência Lusa, na qual são manifestadas “mais profundas condolências” pela morte de Rui Nabeiro.

Associando-se ao “afecto colectivo perante um dos seus históricos militantes e dirigentes”, o PS recordou que Rui Nabeiro “foi o grande responsável, em Portugal, pela valorização de conceitos fundamentais na gestão de empresas, como a solidariedade institucional, a ética laboral e negocial e a projecção das comunidades”.

“Rui Nabeiro deixa um legado de inspiração visionária com base na generosidade. O Partido Socialista compromete-se a honrar, perpetuando-a, a sua memória de dinamismo e solidariedade”, assegurou o partido.

Através das redes sociais, o presidente do PS, Carlos César, tinha deixado um “abraço solidário” à família de Rui Nabeiro que deixou “um enorme legado como cidadão, como empresário exemplar, empenhado no sucesso da sua obra tal como no sucesso do seu país e dos seus concidadãos”.

“O seu partido, o Partido Socialista, conservá-lo-á sempre na melhor das suas memórias”, prometeu Carlos César.

A nota de pesar do PS destacou também que “a história de vida de Rui Nabeiro prende-se com a história do próprio Portugal recente”, evidenciando o percurso do empresário que deixou também “a sua marca na vida política portuguesa”.

“Foi por duas vezes, antes do 25 de Abril de 1974, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, cargo que deixaria, alegando incompatibilidade com o respectivo Governador Civil. Viria a ser eleito democraticamente pelo Partido Socialista em 1977, sendo reeleito duas vezes, e mantendo-se no cargo até 1986”, pode ler-se na mesma nota.

O PS referiu ainda que Rui Nabeiro manteve até “ao fim da vida a sua ligação” ao partido, “onde exerceu cargos como o de Presidente da Concelhia Política de Campo Maior, tendo sido mandatário também de várias campanhas ligadas ao partido”.

“A solidariedade e a sustentabilidade foram também dimensões a que dedicou a sua vida e em que cultivou a sua marca”, elogiam os socialistas, dando como exemplo o Centro Educativo Alice Nabeiro e a criação da Cátedra Rui Nabeiro, “destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade”.

Os socialistas referiram que, em 1995, Mário Soares atribuiu-lhe o grau de Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial e que em 2006, Jorge Sampaio distinguiu-o como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Luís Montenegro, presidente do PSD

O presidente do PSD, Luís Montenegro, recordou hoje Rui Nabeiro como “um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, considerando que o empresário mostrou ser “possível criar riqueza com trabalho e inovação”.

“Rui Nabeiro foi um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, enalteceu Luís Montenegro, através de uma mensagem na rede social Twitter na qual apresentou “sentidos pêsames” à família do empresário que hoje morreu aos 91 anos.

Para o líder do PSD, Rui Nabeiro “mostrou que é possível criar riqueza com trabalho e inovação e que, a partir daí, se gera emprego e qualidade salarial”.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, lamentou hoje a morte do empresário Rui Nabeiro, realçando o seu prestígio e “princípios e formas de estar na vida”, que outros deveriam acompanhar.

Rui Nabeiro era “uma pessoa muito prestigiada, muito conhecida no país inteiro, até do ponto de internacional e, em particular, nesta região” do Alentejo, disse à agência Lusa o secretário-geral comunista.

Em declarações à Lusa, à margem de um almoço comício do partido em Serpa, no distrito de Beja, Paulo Raimundo endereçou condolências à família do comendador Rui Nabeiro (1931-2023), presidente e fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

“Aquilo que se impõe, nesta altura, é reconhecer esse reconhecimento que existe [à figura de Rui Nabeiro] e é enviar as condolências à família”, disse o líder do PCP, sublinhando que é preciso “compreender esse conjunto de sinalizações positivas têm sido feitas” ao empresário, vindas de vários quadrantes da sociedade.

Questionado pela Lusa sobre se Portugal precisa de mais empresários como Rui Nabeiro, com raízes humildes e sempre acarinhado pelos trabalhadores, na sua terra natal, Campo Maior, e pelo país, Paulo Raimundo destacou as suas qualidades.

“Como disse há pouco, é uma pessoa justamente reconhecida no país, e na região em particular, por alguma razão há de ser. E eu acho que há, de facto, princípios e formas de estar que muito mais gente devia acompanhar”, argumentou.

Manuel Pizarro, ministro da Saúde

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, destacou o “coração enorme”, bem como a “generosidade e solidariedade” de Rui Nabeiro, que morreu hoje, reforçando que o país “deve-lhe imenso”.

“Homem com um coração enorme, que sempre foi o seu bem mais valioso, inspirou inúmeras pessoas com os seus gestos permanentes de generosidade e solidariedade”, enaltece o ministro da Saúde na mensagem de condolências, na qual apresenta “as mais profundas condolências” à família do empresário que morreu hoje aos 91 anos.

Destacando o “empresário genial” e o “cidadão exemplar”, Manuel Pizarro afirma que o país “deve-lhe imenso” e que jamais esquecerá o “apoio que sempre deu ao Serviço Nacional de Saúde, enquanto utilizador do Hospital de Elvas e doador de múltiplos e importantes apoios”.

“Presto-lhe a minha profunda homenagem, na certeza de que a sua intervenção social marcou a vida de milhares de pessoas e perdurará, para sempre, na memória colectiva de Portugal”, acrescenta o ministro, agradecendo ao empresário “por tudo”.

António Costa Silva, ministro da Economia

O ministro da Economia considerou que o desaparecimento de Rui Nabeiro, que morreu este domingo, marca uma “enorme perda”, destacando a visão estratégia do empresário e a importância que deu à responsabilidade social muito antes de esta entrar no debate.

“Hoje é um dia muito triste para Portugal. O desaparecimento de Rui Nabeiro marca uma perda enorme para o país. É um exemplo de um empresário que desenvolveu uma visão estratégica, que foi capaz de criar riqueza, de disseminar a sua empresa pelos quatro cantos do mundo”, disse à Lusa o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

O governante destacou ainda que Rui Nabeiro “teve a assunção da responsabilidade social”, muito antes de esta se tornar um “mantra dos debates actuais”, com a ligação “profunda não só aos colaboradores, mas também a toda a comunidade envolvente”.

Classificando a trajectória do empresário de “extraordinária”, Costa Silva afirmou que se o país tivesse mais homens como Rui Nabeiro, “talvez a economia portuguesa hoje fosse diferente e mais avançada”.

O ministro deixou ainda os seus pêsames à família, defendendo que todos devem lutar para que o “legado extraordinário continue a desenvolver e a prosperar” e manifestando-se convicto de que “nas mãos da sua família isso vai acontecer”.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, destacou a “visão empresarial fora de série” de Rui Nabeiro, que morreu hoje, acentuando que o empresário colocou Portugal e Campo Maior no mapa.

“O Comendador Rui Nabeiro era um homem com um raro espírito empreendedor, com uma ética e uma visão empresarial fora de série”, disse Luís Miguel Ribeiro, lembrando que o empresário foi membro do Conselho Geral da AEP e sócio honorário.

Acentuando a tristeza com que a morte de Rui Nabeiro foi recebida pela classe empresarial, o presidente da AEP destaca que os valores humanistas, o legado, a honestidade e o respeito pelo próximo “marcaram o percurso deste grande empresário português”.

O presidente da AEP lembra ainda, num comentário por escrito enviado à Lusa, o Grupo Delta Cafés que Nabeiro criou e construiu e que se tornou líder do mercado em Portugal, sublinhando os seus mais de 3.500 colaboradores actuais, partidos por 23 empresas que operam em sectores como indústria, serviços, comércio, hotelaria, imobiliário, agricultura e vitivinicultura e distribuição.

Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) lamentou hoje a morte de Rui Nabeiro, considerado “consensualmente” um dos maiores empresários portugueses de sempre, notando que este é um dia triste e destacando a sua preocupação social.

Numa nota de pesar sobre a morte hoje do presidente e fundador do Grupo Delta Cafés, a CCP destaca o “espírito distintivo” e a “preocupação social permanentemente expressa” no dia-a-dia pelo empresário.

“Rui Nabeiro era possuidor de uma intuição notável, de um sentido de inovação inesgotável e de estratégia e visão empresarial que, ao longo de décadas, transformaram o Grupo Delta no exemplo não apenas nacional mas inclusive mundial que é actualmente”, refere-se na mesma nota de pesar.

Citado na nota, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, considera o desaparecimento de Rui Nabeiro “um momento extremamente triste para o país” e lembra que para o empresário “o negócio sempre foi muito mais do que apenas números”, o que justifica que tenha “marcado de forma tão significativa e diferenciadora a vida empresarial do país”.

“Uma das principais características de Rui Nabeiro era mesmo a de saber ouvir, um sentimento inato de que era preciso compreender o que os outros pensavam”, destaca Vieira Lopes, precisando que tal “foi fundamental na forma como encarou o seu negócio, compreendendo as necessidades dos trabalhadores, parceiros e consumidores”.

“Foi um embaixador de excelência de Portugal e do seu Alentejo. O legado que nos deixa deve ser um exemplo para todos os empresários portugueses”, precisa o presidente da CCP.

Associação para o Desenvolvimento Económico e Social

A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) manifestou hoje “profundo pesar e consternação” pela morte do empresário e comendador Rui Nabeiro, apontando-o como “um exemplo para o país”.

“O país perde um grande homem, um grande empresário e uma personalidade ímpar e consensual da nossa sociedade e da nossa história. Deixa-nos um humanista, um homem de valores e convicções, com um enorme sentido de responsabilidade social. A sua obra e a sua vida são o seu maior legado. O Comendador Rui Nabeiro é um exemplo para o país.”, salientou Álvaro Beleza, presidente da SEDES, em nota enviada à Lusa.

A SEDES recorda que, como empreendedor e empresário, Rui Nabeiro foi fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, um grupo empresarial que hoje lidera o mercado dos cafés em Portugal. No passado, foi ainda, por duas vezes, nomeado presidente da Câmara Municipal de Campo Maior (em 1962 e 1972). “Voltaria a exercer o cargo em 1977, sendo reeleito duas vezes, até 1986. Mário Soares, então Presidente da República, atribuiu-lhe o grau de comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial e Jorge Sampaio distinguiu-o como comendador da Ordem do Infante D. Henrique”, menciona ainda a SEDES.

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