O número de pessoas em risco de pobreza diminuiu em 2021, revela o Instituto Nacional de Estatística, segundo o qual a taxa de risco de pobreza é agora de 16,4%, menos dois pontos percentuais do que em 2020.
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos do INE realizado em 2022, sobre rendimentos do ano anterior, revela também que cerca de dois milhões de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social
A taxa de pobreza ou exclusão social (pessoas em risco de pobreza ou vivendo em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida ou em situação de privação material e social severa), foi 19,4%, menos três pontos percentuais (p.p.) do que no ano anterior indicam os dados do INE.
Segundo o INE, a diminuição da pobreza abrangeu todos os grupos etários, embora tenha sido mais significativa para a população idosa (menos 3,1 p.p.).
O risco de pobreza dos menores de 18 anos diminuiu 1,9 p.p. e o dos adultos em idade activa 1,6 p.p., precisam os dados, explicando que “a taxa de risco de pobreza correspondia, em 2021, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais (por adulto equivalente) inferiores a 6.608 euros (551 euros por mês)”.
De acordo com o INE, o risco de pobreza diminuiu tanto para a população empregada, de 11,2% em 2020 para 10,3% em 2021, como para a população desempregada, de 46,5% em 2020 para 43,4% em 2021.
Apesar de em geral o risco de pobreza ter diminuído para todos os agregados familiares, as famílias constituídas por dois adultos e duas crianças viram o seu risco de pobreza aumentar de 11,8% para 12,8%.
As transferências sociais, relacionadas com doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, contribuíram para a redução do risco de pobreza em 5,1 p.p. (de 21,5% para 16,4%), um contributo superior ao do ano anterior (4,6 p.p.).
A desigualdade também diminuiu em 2021, refere o INE, adiantando que o Coeficiente de Gini (indicador habitualmente utilizado para sintetizar o grau de desigualdade de uma distribuição de rendimentos) registou um valor de 32%, menos um ponto percentual do que em 2020 (33,0%), e o rácio S80/S20, que compara a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos com a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com menores recursos, diminuiu, de 5,7 em 2020 para 5,1 em 2021.
“Este comportamento pode ser explicado pela evolução dos decis da distribuição dos rendimentos: Apenas os 30% das pessoas com menores rendimentos registaram um aumento dos rendimentos monetários líquidos entre 2020 e 2021”, sublinha o INE.
Em 2021, considerando o limiar de pobreza nacional, o risco de pobreza diminuiu nas regiões Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo e aumentou na região do Algarve (mais 0,5 p.p.) e nas regiões autónomas (mais 3,2 p.p. na Região Autónoma dos Açores e mais 1,7 p.p. na Região Autónoma da Madeira).
“Enquanto a taxa de risco de pobreza na Área Metropolitana de Lisboa era substancialmente inferior ao valor nacional – 10,4%, ou seja, menos 6,0 p.p. do que a taxa de risco de pobreza nacional -, o Algarve e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira registavam taxas de risco de pobreza de 22,1%, 25,1% e 25,9%, respectivamente, bastante superiores ao valor nacional”, referem os dados.

HN/SV // JMR
Lusa

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