O Governo declarou a utilidade pública do Grupo Pró-Évora, a mais antiga associação de defesa do património em Portugal, com mais de um século de existência, revela um despacho publicado hoje em Diário da República (DR).
Segundo a declaração de utilidade pública, consultada pela agência Lusa, o Grupo Pró-Évora desenvolve “relevantes atividades de interesse geral no âmbito da defesa, conservação e promoção do património histórico e cultural da cidade de Évora”.
Esta associação, realça o Governo, “tem organizado e promovido” eventos relacionados com a defesa do património, assim como “exposições de pintura e escultura” e “conferências e debates e a intervenção sobre questões patrimoniais junto das entidades competentes”.
Assinado pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, o despacho assinala que o Grupo Pró-Évora tem participado “em eventos promovidos por terceiros” e “coopera com diversas entidades, públicas e privadas, e em especial com o respetivo município na prossecução dos seus fins”.
Fundado em 1919, o Grupo Pró-Évora, com sede no centro histórico da cidade alentejana, afirma-se como a mais antiga associação de defesa do património em atividade no país.
Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente do Grupo Pró-Évora, Marcial Rodrigues, manifestou “grande satisfação” pela obtenção da declaração de utilidade pública, sublinhando que o pedido já tinha sido feito pela associação “há mais de duas décadas”.
“Houve sempre imensas exigências burocráticas, mas, em 2018, quando esta direção tomou posse, conseguimos refazer todo o processo e, depois de várias vicissitudes, finalmente, conseguimos obter a declaração de utilidade pública”, afirmou.
Marcial Rodrigues adiantou que esta declaração vai conferir ao Grupo Pró-Évora “reconhecimento público por parte do Estado sobre a sua importância e o trabalho que desempenha em prol do património cultural”.
Além disso, assinalou o presidente do Grupo Pró-Évora, também vai permitir que os mecenas que apoiam esta associação de defesa do património possam ter benefícios em sede fiscal.
“Não se percebia porque é que um clube de futebol, ao fim de pouco tempo, consegue ter utilidade pública e o grupo mais antigo de defesa do património deste país não”, acrescentou.
Denúncias sobre a destruição de património arqueológico, alegadamente por causa de projetos agrícolas, a oferta do projeto de arquitetura paisagista para o sítio arqueológico dos Almendres, em Évora, ou a proposta para a classificação como monumento nacional do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, a Cartuxa de Évora, foram as mais recentes intervenções do Grupo Pró-Évora.
SM // RRL
Lusa