Setenta e sete obras produzidas por Almada Negreiros e Maria Keil estão em exposição no Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, para mostrar a ligação que os dois artistas mantiveram com as manufaturas daquela cidade.
As duas exposições, promovidas pelo município e pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, são compostas por tapeçarias, cartões, desenhos, azulejos, entre outras formas, e vão estar patentes ao público até ao dia 31 de dezembro.
“A exposição de Maria Keil é cedida pela família Keil do Amaral, uma outra peça que é da TAP e ainda uma tapeçaria de um particular. A de Almada Negreiros é cedida por particulares, a Associação Mutualista Montepio, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), privados e Manufaturas de Tapeçarias de Portalegre”, disse hoje a diretora do Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, Paula Fernandes, em declarações à agência Lusa.
Na exposição de Almada Negreiros são apresentados alguns dos trabalhos considerados “mais emblemáticos” do artista para a Manufatura das Tapeçarias de Portalegre, destacando-se a tapeçaria “Portugal”, hoje propriedade da AICEP.
O tríptico “Lá vem a nau catrineta que tem muito que contar”, da Associação Mutualista Montepio, e “O Artista e o Modelo”, da coleção privada de Isabel e João Soares, são outras das obras em destaque.
Para além destas tapeçarias, exibem-se alguns cartões originais, desenhos de tecelagem e a produção de algumas cartas que o pintor dirigiu a Guy Fino e em que exprime o seu desejo de ver passar a tapeçarias os seus cartões produzidos para frescos das gares marítimas do Porto de Lisboa.
Já na exposição de Maria Keil, para além de tapeçarias e cartões assinados pela artista apresentam-se outras peças, sobretudo desenhos que ilustram o seu trabalho, nomeadamente nas áreas do design de mobiliário e equipamento, design gráfico, ilustração e azulejo.
Maria Keil foi a primeira mulher a produzir para a Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, tendo a sua primeira obra sido o “Pescador da Barca Bela”, em 1949, em que explora a poesia homónima de Almeida Garrett.
Além destas duas exposições, o museu tem patente ao público desde maio de 2017 uma exposição subordinada ao tema “O Ponto e o Píxel”, com acervo de tapeçarias dos CTT – Fundação Portuguesa das Comunicações e da Manufatura de Tapeçarias de Portalegre.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Pedro Trindade Sena
Carregar mais artigos em Destaque Principal

Veja também

Intenção de criar zona logística na Herdade da Comenda já foi por água abaixo

A viabilidade de estabelecer uma zona industrial na Herdade da Comenda, em Elvas, para apo…