A maioria dos idosos da vila de Arronches, no Alto Alentejo, permanecia hoje em casa e em “alerta” com a evolução do surto de Covid-19, mas outros com menos cautelas mantêm a rotina diária.A cerca de 15 quilómetros da vila espanhola de La Codosera, que registou na terça-feira o primeiro caso positivo do novo coronavírus, uma grande parte dos habitantes da vila alentejana, no distrito de Portalegre, apenas sai à rua para fazer compras nos supermercados e na farmácia.No entanto e apesar de “apreensivos” e com “medo” da pandemia de Covid-19, há habitantes que optam por manter algumas das suas rotinas diárias, como tomar o pequeno almoço e ler o jornal, caso seja possível, num dos poucos cafés de portas abertas.Emílio Candeias, de 71 anos, vai todos os dias ao café para tomar o pequeno almoço e ler o jornal, confessando à Lusa que, apesar de ter “medo” de contrair o vírus, se tem precavido seguindo as recomendações das autoridades.“A rotina é só vir tomar o pequeno almoço e se o jornal estiver disponível leio um bocadinho e volto para casa”, diz.Manuel Fernandes, que hoje se deslocou da freguesia rural de Esperança para acompanhar a mulher ao supermercado em Portalegre e, posteriormente, até Arronches para comprar medicamentos na farmácia, assegura que, “após estas voltas”, vai ficar em casa e respeitar as recomendações das autoridades de saúde.“Viemos agora de Portalegre, fomos comprar mantimentos, agora a mulher foi à farmácia e a seguir casa. Nós temos que respeitar o que eles [serviços de saúde] dizem”, relata o idoso, na casa dos 70 anos.Com 86 anos, Helena Malato, que reside com o marido em plena Praça da República em Arronches, permanece em casa e confessa à Lusa, com a porta entreaberta, que tem “medo destas coisas”, uma vez que desconhece o que poderá acontecer.“Eu acho que ainda há muita gente na rua, eu e o meu marido não, estamos em casa. Já somos velhos, temos vagar de estar em casa e, mesmo que fossemos novos, temos medo destas coisas, não sabemos o que está para acontecer”, diz.Outro idoso da terra, Manuel Fragata, de 85 anos, saiu a meio da manhã de casa para ir à sua herdade, afirmando que não tem “medo” do surto, embora reconheça que “é uma preocupação para toda a gente, para todo mundo”.Também sem máscara e luvas de proteção, tal como todas as pessoas com quem a Lusa falou em Arronches, Maria Celeste Ferreira, de 71 anos, relata que apenas tem saído de casa para fazer compras, mas garante, enquanto aguardava a sua vez na farmácia, que quando chega a casa lava e desinfeta as mãos.Francisco Marouço, de 68 anos, lamenta, por sua vez, que não tem feito nos últimos dias a sua vida normal, uma vez que apenas vai ao campo, trata dos animais e vai para casa.“Nós costumamos dizer na brincadeira que Arronches aos domingos parece um monte porque não há ninguém e, neste momento, se calhar, corre-se Arronches e só se encontram 10 ou 12 pessoas, não se vê mais ninguém”, diz.Proprietária de um dos poucos cafés que hoje continuava aberto na terra, Sandra Paulino nota uma grande diminuição de clientes e pondera encerrar o negócio, confessando à Lusa que a faturação baixou para “mais de metade” do que era habitual.Por seu turno, Francisco Candeias, responsável pelo único terminal em Arronches dos jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, apenas abre ao público “três a quatro horas” por dia, registando uma quebra na ordem dos 50% no número de apostas.O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, começou na China, em dezembro de 2019, e já infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais 82.500 recuperaram e mais de 8.200 morreram.Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira, tendo o número de mortos no país subido para dois.A região do Alentejo, segundo divulgou hoje DGS, registou os primeiros dois casos de Covid-19.
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