Caro leitor, falo-lhe hoje de uma das mais importantes descobertas na ciência e na medicina. Uma tecnologia acabadinha de chegar a farmácias e centros hospitalares que combina princípios relativamente simples da física com biologia celular, molecular, bioquímica, imunologia, parasitologia, microbiologia e outras tantas “logias” e que tem o poder de salvar vidas, desde crianças a idosos, pessoas saudáveis ou doentes crónicos.
Ela é capaz de atuar na mais mundana das doenças mas também na mais perigosa das epidemias. E fique o leitor a saber que o Estado Português oferece tratamentos gratuitos para algumas das doenças tratáveis ou preveníeis com recurso a esta tecnologia, entre elas a Tuberculose, a Hepatite B, o Tétano, a Tosse Convulsa, a Difteria e o Sarampo.
Esta tecnologia não é apenas uma espada afiada contra os seres microscópicos que nos põem doentes, é também um escudo que previne estas doenças. Um escudo largo o suficiente para abranger não só a pessoa sujeita a este tratamento inovador mas também aqueles que a rodeiam e com ela convivem.
Estou certo de que o leitor concorda comigo que o inventor desta maravilhosa tecnologia deverá, impreterivelmente, receber o Prémio Nobel da Medicina. Infelizmente e com a mais profunda angústia de lhe causar um desgosto, lamento informá-lo de que será impossível pois o Prémio Nobel não pode ser atribuído após a morte do seu destinatário e o criador de tal façanha, Edward Jenner, está morto e enterrado há quase 200 anos, muito antes do Prémio Nobel sequer existir.
Edward Jenner era um médico britânico que desenvolveu a primeira vacina (a tecnologia milagrosa de que vos falo) no final do século XVIII. Esta vacina tinha como objetivo a cura da varíola, e após vários ensaios e testes (alguns nos filhos dos criados) o médico conseguiu desenvolver uma arma que contra-atacava uma doença até então mortal. Em 1980 a varíola foi dada como erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Muitas outras vacinas foram então desenvolvidas e mais doenças foram erradicadas ou completamente mitigadas, visto que a cura estava à distância de uma “pica” e mesmo que todos os anos apareça um novo vírus diferente (caso da gripe) todos os anos aparece uma nova vacina para o combater.
A forma irónica e até bonacheirona com que abordo esta questão deve-se ao facto de hoje em dia, com o atual conhecimento e desenvolvimento da medicina, já não ser possível (ainda que haja quem o faça) trata-la como uma mera opinião, na qual que cada um pode ter e defender freneticamente num campo de batalha. A ciência não trabalha com opiniões, trabalha com factos e não é por eu não acreditar nesses factos que eles vão deixar de existir. Dando um exemplo absurdo que já usei algumas vezes, não é por eu não acreditar no Sol e fingir que ele não existe que vou ter razão. O Sol existe, é um facto que todos podemos confirmar. Da mesma maneira que as vacinas funcionam e isso pode ser confirmado experimentalmente! E foi, inúmeras vezes.
Ainda é cedo para retirar conclusões sobre a causa da “epidemia” de sarampo que está a assustar Portugal, contudo apesar de uma pessoa ser vacinada e poder mesmo assim contrair a doença nunca será tão grave como se não estivesse vacinada.
Em suma, não tenho o direito nem a moral para vos mandar irem-se vacinar, porém todos devemos tem em consideração que a não-vacinação de um pode por em risco a saúde do coletivo.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Opinião

Veja também

VEJA AQUI OS HORÁRIOS NO ALENTEJO! Força Aérea sobrevoa céus de Portugal Continental com votos de Feliz Ano Novo

Os aviões de caça F-16 vão sobrevoar todo o País, de Norte a Sul, “num dia de particular s…