A par do cinema, os livros são outra das minhas grandes paixões. Tal como aconteceu com a chamada Sétima Arte, iniciei-me muito jovem no mundo da leitura – graças às colecções dos Cinco e dos Sete, da autora britânica Enid Blyton – e a partir daí não mais parei.
Orgulho-me hoje de ter uma biblioteca pessoal que, não sendo gigantesca, comporta centenas de obras dos mais diversos estilos literários e autores. Mas, para lá dos livros que fui adquirindo ao longo dos anos, destaco igualmente o contributo que a nossa Biblioteca Municipal deu ao longo dos anos para alimentar aquele que é um dos meus “vícios bons”.
Além do notável fundo histórico que o edifício do Largo do Colégio comporta, a Biblioteca de Elvas atravessa felizmente uma fase muito positiva, traduzida na aquisição regular de novos livros para o seu acervo. No meu caso, como não estou durante a semana na cidade, tenho é pena que não abra aos sábados de manhã. Mas essa é outra questão.
Dedico este apontamento aos livros para falar especificamente de dois romances recentes, ambos de ficção, que me entusiasmaram particularmente. O primeiro é “Origem”, o regresso de Dan Brown à escrita quatro anos depois de “Inferno”.
Lançado mundialmente na semana passada, “Origem” traz de novo como protagonista o professor de simbologia e investigador Robert Langdon. Só que desta feita, ao invés das histórias anteriores, as pistas para tentar evitar uma catástrofe à escala global encontram-se disseminadas por obras de arte contemporânea e não em quadros ou estátuas de autores ancestrais.
A receita de Dan Brown desde “O Código Da Vinci” é sobejamente conhecida e continua a revelar-se infalível neste “tijolo” de 550 páginas. Religião, ciência e arte são os ingredientes que, misturados nas doses certas e em capítulos curtos.
Pode gostar-se mais ou menos do estilo do escritor norte-americano mas é indesmentível que a sua escrita escorreita e vívida nos transporta para os cenários onde a acção decorre. E assim volta a suceder com a escolha de Bilbau, Barcelona e Sevilha para cenários desta nova aventura que, tal como as anteriores, venderá milhões de exemplares em todo o mundo e será certamente adaptado ao cinema.
A uma escala bem distinta – mas igualmente digna de registo – está o segundo autor e livro de que me propus falar. Trata-se do elvense Pedro Inocêncio e da sua segunda obra de ficção, “A Herança Nazi”, apresentada a 24 de Setembro último no Forte da Graça.
Depois da boa promessa deixada com “Tudo acontece por uma razão”, seu romance de estreia, o nosso conterrâneo radicado em Faro confirma não só os dotes para a escrita como a enorme paixão que nutre pela sua cidade natal. É que, tendo como ponto de partida as premissas ficcionais de que Adolf Hitler não morreu em Berlim durante a II Guerra Mundial e que posteriormente se exilou na Quinta de Santo António, entre Elvas e Barbacena, as 463 páginas do livro têm um trepidante clímax no Forte “de Lippe”.
Aconselho vivamente este novo romance do Pedro Inocêncio. E acredito que, enquanto “devoram” as 463 páginas de “A Herança Nazi”, os leitores serão tentados a pensar que há ali qualquer coisa de Dan Brown… Sem desprimor para o Pedro, claro!
Somando as páginas dos novos romances de Dan Brown e Pedro Inocêncio, chegamos ao milhar. São páginas e não folhas mas, ainda assim, usando da liberdade que a criação literária nos proporciona, apetece-me dizer que estamos perante mil folhas com um travo muito especial. Mil folhas gourmet para quem gosta de “saborear” os livros e não apenas de os ler.
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